Britânicos pedem esclarecimentos sobre envolvimento em atos de tortura
Uma comissão do Parlamento do Reino Unido vai pedir aos Estados Unidos documentos sobre a possível participação britânica no programa de interrogatórios da CIA, revelou hoje o deputado conservador Malcolm Rifkind num artigo publicado na imprensa.
© Reuters
Mundo CIA
Rifkind é presidente da Comissão sobre Serviços Secretos e Segurança na Câmara dos Comuns que investiga atualmente se o Reino Unido foi cúmplice de maus tratos praticados contra suspeitos de atos terroristas após os ataques contra Nova Iorque, em 2001.
Num artigo publicado no Sunday Telegraph, o deputado revela também que quer apurar se os serviços de informações do Reino Unido solicitaram ao Senado dos Estados Unidos a censura de alguns parágrafos do relatório sobre a CIA que faziam referência à suposta cumplicidade britânica.
Na semana passada, o governo de Londres admitiu que as agências de informações britânicas mantiveram contactos com agentes dos Estados Unidos antes da publicação do relatório do Senado norte-americano sublinhando que caso se tenha verificado o pedido de eliminação de informação relacionada com o Reino Unido, foi por motivos de "segurança nacional".
Segundo Rifking são os Estados Unidos que têm de decidir se fornecem à comissão parlamentar britânica informações sobre a eventual censura do relatório que pode ter encoberto o envolvimento do Reino Unido.
"Estamos a dar passos no sentido de conseguir a informação", acrescenta Rifkind sublinhando que não sabe se o pedido vai ser bem-sucedido.
O relatório parcial de 500 páginas, de um total de 6.500, foi divulgado na terça-feira pelo Senado dos Estados Unidos e refere que a Agência Central de Informações (CIA) levou a cabo interrogatórios "mais brutais" do que aqueles que tinham sido inicialmente comunicados.
De acordo com a imprensa britânica, os serviços secretos do Reino Unido pediram ao Senado para eliminar todas as referências sobre o envolvimento britânico nas práticas de tortura e detenções ilegais.
O documento divulgado pelos norte-americanos nunca menciona os serviços secretos do Reino Unido.
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