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Igreja venezuelana diz que o marxismo é "um caminho errado"

A Conferência Episcopal Venezuelana (CEV) apelou hoje ao diálogo nacional para encontrar soluções para o problema dos altos preços e falta de produtos básicos no país, vincando que o marxismo é "um caminho errado".

Igreja venezuelana diz que o marxismo é "um caminho errado"
Notícias ao Minuto

07:20 - 13/01/15 por Lusa

Mundo Diálogo

"O maior problema e a causa desta crise geral parte da decisão do Governo Nacional e de outros órgãos do poder imporem um sistema político-económico de caráter socialista marxista ou comunista", diz a CEV numa exortação pastoral sobre a "renovação ética e espiritual perante a crise".

O documento diz que os bispos católicos pretendem partilhar com o povo algumas preocupações e sustenta que o sistema que o Governo venezuelano defende e pretende "impor" é "totalitário, centralista, estabelece o controlo do Estado sobre todos os aspetos da vida dos cidadãos e demais instituições públicas e privadas".

"Atenta contra a liberdade e os direitos das pessoas e associações e tem conduzido à opressão e à ruína todos os países onde se aplicou", refere.

O documento questiona também o desenvolvimento de uma hegemonia comunicacional "que limita a atuação da imprensa independente" e procura "controlar os sindicatos" que dificultam a ação do setor privado, inclusive organizações de beneficência.

Os bispos questionam ainda a recente designação de reitores do Conselho Nacional Eleitoral, de magistrados do Supremo Tribunal de Justiça e de autoridades do poder alegadamente "segundo interesses partidistas".

"De novo afirmamos que o socialismo marxista é um caminho errado e, por isso, não se deve estabelecer na Venezuela", afirmam.

A CEV propõe "o diálogo como via indispensável para resolver os graves problemas" da Venezuela, o "respeito absoluto pelos direitos humanos e descartar a violência excessiva no controlo de legítimas manifestações do povo, de parte de funcionários do Estado".

Por outro lado, diz ser necessário que os presos políticos sejam libertados, que haja meios de comunicação social independentes e sublinha que o restabelecimento das relações entre Cuba e os EUA, "propiciado pela mediação do papa Francisco, revela que as posições intransigentes e radicais são estéreis, (pelo que devem ser dados) passos ao encontro e ao diálogo".

O documento de quatro páginas apela ainda ao Governo e às autoridades venezuelanas para que assumam a responsabilidade de solucionar os problemas do país e sustenta que a "crise não se solucionará na totalidade sem uma renovação moral e espiritual que leve a linhas concretas de ação".

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