Carta governamental para imãs britânicos gera controvérsia
A maior associação muçulmana da Grã-Bretanha acusou hoje o governo de atiçar a islamofobia e utilizar argumentos de extrema-direita numa carta em que pede aos líderes da comunidade que se esforcem mais por acabar com o extremismo.
© Reuters
Mundo Islão
Em reação, o primeiro-ministro, David Cameron, alegou que a carta é "razoável, sensível e moderada".
A carta, enviada às mesquitas, elogia os muçulmanos britânicos por terem rejeitado os ataques, mas defende que os imãs devem fazer mais para impedir a radicalização nas suas comunidades.
"Vocês têm a oportunidade preciosa e a importante responsabilidade de explicar e demonstrar como a fé no Islão pode ser parte da identidade britânica", lê-se na carta do secretário para as Comunidades, Eric Pickles.
"Há uma necessidade de definir, mais claramente do que nunca, o que significa ser um muçulmano britânico atualmente: ter orgulho na sua fé e orgulho no seu país", adianta a missiva.
O Conselho Muçulmano Britânico respondeu, também através de uma carta, a Eric Pickles, acusando-o de insensibilidade.
"Sentimos que a sua carta para os muçulmanos, neste momento crítico, poderia ter sido redigida de forma diferente", sustenta Shuja Shafi, secretário-geral do Conselho, acrescentando que a carta insinua "que o extremismo ocorre em mesquitas" e que os muçulmanos "não fizeram o suficiente" face ao terrorismo que tem lugar em seu nome.
Entretanto, a polícia britânica revelou ter dado conselhos de segurança aos seus agentes e reforçado a segurança em torno dos edifícios da corporação.
Isto porque "a experiência do policiamento de Londres e do Reino Unido" dita que "o foco principal deve ser a prevenção dos ataques" e "a melhor maneira de o fazer é envolver amplamente as comunidades, para que passem informações", esclarecem as autoridades num comunicado.
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