Papa apresenta projeto de reforma do governo da Igreja
O papa vai apresentar, na próxima semana, os projetos de reforma do governo da Igreja Católica aos cardeais de todo o mundo reunidos em consistório, dando conta dos resultados da oitava e última reunião que manteve com os seus conselheiros.
© Lusa
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Para o cardeal português José Saraiva Martins, esta vai ser uma reunião muito importante, na qual vão participar todos os cardeais da Igreja Católica, os atuais e os que vão ser eleitos a 14 de fevereiro, para debater a reforma em curso da cúria romana.
"O papa dá imensa importância ao parecer do colégio cardinalício (...) que vai refletir sobre uma nova estrutura da cúria romana, que é o centro da Igreja, onde está o governo da Igreja. É normal que haja mudanças. A renovação da cúria sempre foi normal na Igreja", disse o prefeito emérito da Congregação para as Causas dos Santos.
Antes, entre segunda-feira e quarta-feira, o conselho de nove cardeais ("C9") vai reunir-se com o papa Francisco para examinar esta reforma de todas as administrações do Vaticano, que só será conhecida no próximo ano, disse o porta-voz da Santa Sé, padre Federico Lombardi, num encontro com a imprensa em dezembro passado.
"A reforma da cúria demora muito tempo, é a parte mais complexa...", considerou o papa, numa entrevista ao jornal argentino La Nacion, publicada em dezembro.
"As resistências [à mudança] são agora evidentes, mas, para mim, é um bom sinal quando as coisas são discutidas abertamente e sem segredos (...) seria anormal que não existissem pontos divergentes", disse na altura o papa.
Terminada a reorganização dos organismos económicos, com a criação da secretaria da Economia, de um conselho económico de 15 membros (oito eclesiásticos e sete laicos) e a Autoridade de Informação Financeira, o "C9" passou a rever os outros dicastérios (ministérios) da cúria para simplificar a estrutura administrativa.
Em setembro, chegou a um projeto de uma nova constituição do governo da Santa Sé e que vai substituir a atual "Pastor Bonus", promulgada por João Paulo II, uma vontade manifestada pelos cardeais em assembleias anteriores, nomeadamente, antes do conclave.
Um novo organigrama em preparação implica fusões dos conselhos pontifícios, agrupando-os em dois: um para os laicos e a família e um outro para a justiça, migrações, obras caritativas, saúde e paz.
À imprensa, Lombardi fez questão de sublinhar que o conselho dos nove cardeais não toma decisões sobre a estrutura da cúria e limita-se a fazer propostas ao papa para a redação da nova constituição.
O conselho de cardeais foi criado a 13 de abril de 2013, um mês depois da eleição de Francisco, e sob a coordenação do cardeal das Honduras Oscar Rodriguez Maradiaga, próximo do papa, trabalham Giuseppe Bertello (Itália), Francisco Javier Errázuriz Ossa (Chile), Oswald Gracias (Índia), Reinhard Marx (Alemanha), Laurent Monsengwo Pasinya (República Democrática do Congo), Sean Patrick O'Malley (Estados Unidos) e George Pell (Austrália). Posteriormente, foi incluído o secretário de Estado do Vaticano, Pietro Parolin.
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