Cartoonistas sobreviventes recordam dia do ataque
O jornal i entrevistou dois dos sobreviventes do ataque ao Charlie Hebdo, no passado dia 7 de janeiro. ?Willem? e ?Coco? garantem que manter a publicação do jornal é a melhor forma de homenagear os colegas e ?vomitam em todas as pessoas que, de repente, se disseram suas amigas?, uma vez que ?a França vai continuar a ser o país? que era.
© Reuters
Mundo Charlie Hebdo
“Eles queriam matar o Charlie Hebdo e acabaram por fazer o contrário: eles imortalizaram o jornal”, confessa, em entrevista ao i, um dos sobreviventes do ataque ao jornal satírico, em Paris.
‘Coco’, alcunha de Corinne Rey – obrigada pelos terroristas e introduzir o código de entrada no edifício num momento em que chegava com a filha à redação, vinda da escola – assume que os 16 sobreviventes estão “muito efetados e traumatizados”, ao mesmo tempo que se recusam a baixar os braços.
“Cada imagem e cada som permanecem ainda hoje na minha cabeça. Não consigo perceber como é que mataram tipos reais e talentosos por quem eu sentia uma enorme admiração”, lamenta, certa de que a melhor forma de homenagear os colegas é manter o jornal ‘de pé’.
Reagindo à projeção que o ataque terrorista teve em todo o mundo, Bernard Holtrop, conhecido como ‘Willem’, assegura que “os milhões de pessoas que se manifestaram perceberam a importância da liberdade de expressão”, mas admite “vomitar em todas as pessoas que, de repente, se disseram [suas] amigas”.
“Todos os problemas vão continuar. França continuará a ser o mesmo país economicamente injusto, patriota, racista, antissemita e islamofóbico”, contesta, certo de que “todos os leitores que compraram o Charlie Hebdo tiveram uma enorme surpresa ao depararem-se com um jornal que nunca tinham visto na vida deles”.
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