Pablo Iglesias e Stiglitz juntos para reforçar anti-austeridade
O líder do partido Podemos, Pablo Iglesias, começou hoje uma visita a Nova Iorque com uma reunião com Joseph Stiglitz, Prémio Nobel da Economia, o qual, disse, o inspirou nas suas posições contra a política de austeridade.
© Reuters
Mundo Podemos
Iglesias está em Nova Iorque para se reunir, desde hoje até quarta-feira, com economistas e diplomatas acreditados na Organização das Nações Unidas, participar em atos académicos e fazer os primeiros contactos com representantes do seu partido na cidade.
A reunião com Stiglitz foi o primeiro dos seus encontros, realizado na Universidade de Columbia, que se prolongou por mais de uma hora, com ambos a coincidir na análise de que as crises financeiras não se superam com medidas de austeridade.
"Tem de se mudar. Temos que nos parecer mais com essa ideia de Europa com prosperidade (...). O que estamos a dizer não é de esquerda nem de direita", afirmou Iglesias, em declarações aos jornalistas.
Stiglitz, Prémio Nobel em 2001, há mais de duas décadas que critica organizações como o Fundo Monetário Internacional, os fundos de investimentos e as políticas económicas restritivas como única saída das crises financeiras.
"Regressamos com as pilhas carregadas", disse o líder do Podemos, relatando: "Fiquei com um comentário que fez o professor: entre a comunidade de economistas a nível mundial, ninguém defende as políticas de austeridade".
Iglésias acrescentou que Stiglitz insistiu na tese que tem defendido, desde a crise argentina, em 2001, de favorecer "reestruturações ordenadas da dívida" associando-as ao crescimento económico.
Foram também comparados os processos económicos em Espanha e nos EUA, no período subsequente à crise financeira de 2008, com Iglesias a argumentar que neste país foram seguidas "políticas expansionistas", que demonstram ser "mais eficazes, ideologias à parte".
Comparou ainda o papel que desempenharam os respetivos bancos centrais, a Reserva Federal dos EUA e o Banco Central Europeu (BCE).
"O BCE deveria parecer-se um pouco mais com a Reserva Federal e deixar de ser um lobby dos poderes financeiros, e ajudar mais os Estados a cumprir as suas obrigações com os cidadãos", acrescentou o também eurodeputado espanhol.
"Uma instituição como o BCE não pode estar ao serviço dos bancos, em vês de ao serviço dos cidadãos", insistiu.
Iglésias revelou ainda que houve uma concordância com Stiglitz quanto aos "três grandes problemas" na Espanha e Europa do Sul são "a dívida, o desemprego e a desigualdade" e que, por outro lado, "está claro que as políticas de austeridade não contribuíram para resolver estes problemas".
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