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Etarra arrependido Valentin Lasarte posto em liberdade

O etarra arrependido Valentín Lasarte, condenado a cerca de 400 anos de prisão por mais de uma dezena de atentados, sete deles mortais, saiu hoje em definitivo da prisão após ter cumprido 19 anos de pena.

Etarra arrependido Valentin Lasarte posto em liberdade
Notícias ao Minuto

12:23 - 16/03/15 por Lusa

Mundo Pena

O antigo terrorista - co-responsável pelo assassínio do dirigente do PP espanhol Gregório Ordoñez e do "histórico" militante socialista espanhol (PSOE) Fernando Mugica - saiu hoje da prisão de Zaballa (Álava) cerca das 08:25 horas (menos uma hora em Lisboa).

Em julho de 1994, Lasarte assassinou a tiro o empresário José Manuel Olarte quando este jantava com amigos em San Sebastian (País Basco). Um ano depois, em julho de 1995, disparou sobre o chefe da Polícia Municipal de San Sebastian Enrique Nieto. O polícia acabaria por morrer devido aos ferimentos quatro meses depois.

Participou ainda em cinco atentados mortais como ajudante, colaborando e recolhendo informações que facilitaram os crimes: no assassínio do empresário José Antonio Santamaría; do sargento da Guarda Municipal de San Sebastian Alfonso Morcillo; do presidente do PP de Gipuzkoa Gregorio Ordóñez; do militar Mariano de Juan Santamaría e do militante do PSOE Fernando Múgica.

Também foi condenado por quatro outros atentados: contra o quartel do Exército de Loyola (maio de 1995); o lançamento de duas granadas contra o Governo Civil de Gipuzkoa, em San Sebastian (julho de 1995); o ataque contra o quartel da Guarda Civil em Arnedo (La Rioja) em agosto de 1995 e o ataque contra a residência de altas chefias do Exército em San Sebastian, em junho de 1998.

Lasarte foi um dos dos primeiros presos da ETA que aceitou trabalhar na prisão, uma violação das regras da organização terrorista basca. A organização Coletivo de Presos da ETA acabaria mesmo por expulsá-lo em janeiro de 2010.

Em janeiro de 2011 foi transferido para uma prisão para os arrependidos da ETA, ou seja os antigos terroristas que renunciaram à luta armada e que mantêm encontros com as vítimas ou famílias das vítimas.

Durante o julgamento do etarra Juan Ramón Carasatorre, com o qual tinha participado no assassínio do polícia Enrique Nieto, Lasarte pediu publicamente à ETA para que abandonasse a luta armada.

Lasarte saiu hoje em liberdade após autorização nesse sentido da Audiência Nacional (tribunal especial espanhol com jurisdição sobre os casos mais graves, que incluem o terrorismo).

Na semana passada, após ter ficado a saber que Lasarte seria posto em liberdade a irmã de Gregorio Ordoñez, Consuelo, criticou a justiça espanhola.

"O que me causa mais impotência é que ao assassino do meu irmão nunca lhe pediram colaboração nem nunca o interrogaram. Esta é a Justiça que temos em Espanha, que nos deveria fazer refletir. Sai com dois anos e sete meses por cada uma das suas vítimas. Isto só na Espanha", lamentou Consuelo Ordoñez.

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