China passa "mensagem forte" ao banir marfim
A African Wildlife Foundation considera que a proibição de importar marfim esculpido, imposta por Pequim há um mês, pelo período de um ano, não vai ter grande impacto no contrabando, mas é "uma mensagem forte" para a opinião pública.
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Mundo Caça
"A proibição em si não vai fazer muito para conter o comércio ilegal de animais selvagens porque não abrange todo o comércio interno na China. É o comércio legal que esconde o comércio ilegal e dificulta os esforços da aplicação da lei", afirmou a porta-voz da African Wildlife Foundation, Kathleen Garrigan, em declarações à agência Lusa.
"No entanto, a proibição é importante, pois admite a relação entre o comércio de marfim e a caça ilegal de elefantes, e o reconhecimento por parte do governo da China é, por si só, uma forte mensagem", acrescentou.
A medida é referida por ativistas em grande parte como simbólica, atendendo a que as importações legais são em número reduzido comparando com o contrabando de marfim em bruto. Por outro lado, a China tem uma longa tradição em esculpir marfim e as vendas reguladas são legais, com os colecionadores chineses a considerarem as peças -- desde objetos religiosos a utensílios domésticos -- como um bom investimento, descreve a AFP.
A African Wildlife Foundation considera que a medida adotada pela China "não vai ter impacto direto" na caça furtiva em África, nomeadamente em países como Moçambique.
"Não acredito que a proibição tenha um impacto direto sobre a caça furtiva. É muito limitado no objetivo e estará em vigor apenas por um ano, o que não é tempo suficiente para que se ter um impacto no terreno", argumentou a responsável pela comunicação da African Wildlife Foundation.
"Para haver um impacto real na caça ilegal em África, a China precisa de impor a proibição sobre todo o comércio de marfim durante pelo menos dez anos, ou idealmente mais tempo. O ideal seria para sempre", acrescentou.
A medida relativa à importação de marfim esculpido aplica-se exclusivamente ao interior da China, pelo que as regiões administrativas especiais de Macau e Hong Kong, "infelizmente, não estão abrangidas", lamentou Kathleen Garrigan.
"Apesar de não dispormos de muita informação sobre o comércio em Macau, a importância e o impacto da proibição aplicada pela China está na mensagem que passa para sociedade chinesa", vincou.
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