Presidente checo e embaixador dos EUA confrontam-se por ida a Moscovo
O Presidente checo e o embaixador dos EUA na República Checa confrontaram-se a propósito da intenção daquele de ir a Moscovo participar nas cerimónias da vitória na II Guerra Mundial, a que muitos líderes ocidentais vão faltar.
© Reuters
Mundo Praga
Durante uma entrevista televisiva na semana passada, o embaixador Andrew Schapiro questionou o posicionamento pró-russo de Milos Zeman, que desejou ser "provavelmente o único chefe de Estado da União Europeia" a assistir à parada, em 09 de maio, na Praça Vermelha, que vai assinalar o 70.º aniversário da vitória da União Soviética sobre a Alemanha nazi.
Acrescentou, porém, que não lhe competia dizer o que o Presidente checo devia fazer.
Zeman é um dos chefes de Estado que deve participar no evento, que foi ignorado pela maioria dos líderes ocidentais, por entre tensões com a Federação Russa pelo seu papel na situação na Ucrânia.
Durante uma entrevista no domingo, Zeman disse que as portas da sua residência oficial, o Castelo de Praga, "iriam ser fechadas" a Schapiro, no seguimento das críticas deste.
"Não posso imaginar o embaixador checo em Washington a dar conselhos de viagem ao Presidente dos EUA", afirmou Zeman ao sítio de notícias na internet parlamentnilisty.cz.
"E não vou deixar qualquer embaixador interferir com os meus planos de viagens ao estrangeiro", acrescentou o Presidente, de 70 anos, eleito em 2013 naquela que foi a primeira eleição direta de um chefe de Estado no país.
A polémica intensificou-se quando o primeiro-ministro checo, Bohuslav Sobotka, criticou o Presidente, na segunda-feira, pela sua resposta, solicitando-lhe que adotasse "uma abordagem mais profissional da política externa".
Nos EUA, o Departamento de Estado exprimiu a sua compreensão pelo "desejo de honrar todos os sacrificados na II Guerra Mundial".
A porta-voz, Marie Harf, destacou que, "com certeza, cada país pode tomar as suas próprias decisões sobre a sua presença", acrescentando que em relação à dos próprios EUA ainda não foi tomada qualquer decisão.
Mas disse ainda que esta não era a altura "uma relação normal" com Moscovo, salientando "a importância da unidade com os aliados e parceiros europeus em pressionar a Rússia para deixar de alimentar o conflito no leste da Ucrânia".
Muitos líderes ocidentais recusaram deslocar-se a Moscovo, se bem que a chanceler alemã, Angela Merkel, tenha prometido visitar Moscovo em 10 de maio.
Para além do Presidente checo, os outros dirigentes que tencionam estar em Moscovo nas cerimónias incluem o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, e os líderes de África do Sul, Coreia do Norte, Cuba, Índia, Mongólia e Vietname.
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