Turquia diz partilhar sofrimento dos arménios e quer "sarar feridas"
A Turquia "compartilha o sofrimento dos filhos e dos netos" dos arménios, anunciou hoje o gabinete do primeiro-ministro turco por ocasião do centenário do início do genocídio no império Otomano que Ancara nega categoricamente.
© Reuters
Mundo Genocídio
Apresentando condolências aos descendentes das vítimas do drama ocorrido entre 1915 e 1917, o gabinete de Ahmet Davutoglu diz num comunicado acreditar que os vizinhos Turquia e Arménia devem tratar de "sarar as feridas deste último século e restabelecer relações humanas".
O texto surge a poucos dias das comemorações do centenário dos acontecimentos e não vai além das condolências inéditas apresentadas no ano passado por Ancara.
Para os arménios o dia 24 de abril de 1915 marca o início de detenções e deportações massivas que terão custado a vida a um milhão e meio de pessoas, no âmbito de uma campanha de eliminação sistemática.
A Turquia recusa categoricamente o termo "genocídio", reconhecido por muitos países, e denuncia todos os que o utilizam. Ancara fala antes em "massacres mútuos" nos últimos anos de um império em vias de desagregação.
Nos últimos dias a Turquia ficou furiosa com declarações do Papa Francisco, que falou pela primeira vez do "genocídio" dos arménios, e com o Parlamento Europeu, que três dias depois pediu ao Governo turco que reconhecesse o genocídio para abrir caminho "a uma verdadeira reconciliação" entre os dois povos.
No comunicado o Governo turco exorta a comunidade internacional a investigar as causas e os responsáveis pelos acontecimentos ocorridos na primeira guerra mundial, pedindo para que abandone a "retórica do ódio" em relação ao povo turco.
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