Perda de biodiversidade é menos dramática do que se previa
Um estudo publicado, esta quinta-feira, na revista Science conclui que são exageradas as visões mais pessimistas sobre a biodiversidade, de que muitos animais serão extintos antes de serem sequer identificados.
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Mundo Science
Investigadores da Universidade de Griffith, em Brisbane, Austrália, dizem que estes temores são alimentados por uma série de ideias erradas, que vão desde as estimativas do número total de espécies, às previsões das taxas de extinção.
Num artigo intitulado ‘Podemos dar nome às espécies da Terra antes de elas se extinguirem’, os cientistas, liderados por Nigel Stork, concluem que não há provas de que as taxas de extinção sejam tão elevadas como se teme.
"Surpreendentemente, poucas espécies se extinguiram, de que tenhamos conhecimento. Claro que haverá algumas espécies que desapareceram sem terem sido registadas, mas pensamos que não sejam muitas", diz o investigador, vice-director da Escola de Ambiente da universidade de Griffith.
Nigel Stork diz que parte do problema é que existe uma ideia exagerada do número de animais existentes na Terra e, por isso, da dimensão da tarefa de catalogá-los.
"As estimativas modernas do número de espécies eucarióticas apontam para 100 milhões, mas nós estimamos que sejam cinco milhões (com uma margem de erro de três milhões a mais ou a menos)", disse.
Por outro lado, ao contrário do que se pensa, há mais cientistas do que nunca a trabalhar na tarefa de identificar espécies.
"Embora haja menos no mundo desenvolvido, onde os governos estão a reduzir o financiamento, nas nações em desenvolvimento o número de taxionomistas (cientistas que identificam espécies) está na verdade a aumentar, disse o autor, acrescentando que a nível global há hoje duas a três vezes mais cientistas a descrever espécies do que há 20 anos.
Ainda assim, Nigel Stork reconhece que a dimensão do desafio global de identificar as espécies existentes não deve ser subestimada.
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