Cerca de 450.000 centro-africanos fugiram do país
A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) alertou hoje para a insegurança na República Centro Africana que já levou 450.000 centro-africanos a refugiarem-se nos países vizinhos, enquanto o número de deslocados internos é de 436.000.
© Reuters
Mundo Insegurança
A República Centro Africana vive uma grave situação desde há dois anos, devido a uma crise política que agrava a penúria nos serviços de saúde, deixando o país num estado de emergência "crónica".
"Embora a violência tenha diminuído em algumas zonas do país, a situação de segurança continua instável em 2015 e os grupos armados continuam ativos", assinalaram os MSF em comunicado.
Devido à situação, mais de 450.000 pessoas fugiram para os vizinhos República do Congo, Camarões, República Democrática do Congo e Chade.
A insegurança dificulta o trabalho dos MSF, que tentam chegar às zonas mais remotas com clínicas móveis.
"Os grupos armados impediram em numerosas ocasiões a chegada de clínicas móveis a cidades afetadas como Batangafo, Kabo, Bambari e Boguila", refere o comunicado, adiantando que em algumas áreas, como Kouango, menos de 50% das crianças receberam as vacinas para ficarem protegidas contra doenças infecciosas.
A malária, que continua a ser uma das principais causas de morte no país, é igualmente difícil de combater devido ao prolongado conflito e ao número de deslocados que provoca, lamentaram os MSF.
A violência sectária na República Centro Africana, que começou em finais de 2013, envolve os ex-rebeldes Séléka (maioritariamente da minoria muçulmana) e as milícias 'anti-balaka' (essencialmente cristãos, cuja religião é maioritária no país), tendo causado milhares de mortos.
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