Hungria impede regresso de refugiados contra regras de Bruxelas
A Hungria anunciou hoje a suspensão unilateral de um importante regulamento da União Europeia sobre os candidatos a asilo, invocando "a proteção dos interesses húngaros".
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Mundo Território
A justificar a decisão, o porta-voz do governo, Zoltan Kovacs, disse, em entrevista ao jornal austríaco Die Presse e ao sítio húngaro de informação em linha Index, que "o barco está cheio", destacando que a Hungria conhece um afluxo excecional de migrantes desde o início do ano.
O regulamento, suspenso a título temporário por Budapeste, designado "Dublin III", organiza o exame dos candidatos a asilo na Europa. Determina em particular que um pedido de asilo deve ser examinado no primeiro país europeu ao qual a pessoa tenha chegado.
Esta regra está na origem de uma polémica franco-italiana nos últimos dias, quando Paris reclamou que 200 migrantes chegados à sua fronteira de Vintimille, no sudeste, depois de terem sido registados em Itália, fossem "readmitidos" neste país.
A Hungria, no seguimento da sua decisão de hoje, vai recusar o regresso para as suas fronteiras de refugiados entrados na União Europeia pelo seu território, depois de terem saído para outro país europeu.
Em concreto, uma grande parte destes migrantes -- 54 mil desde mo início do ano, segundo Budapeste -- chegam à Hungria através da Sérvia. Com a intenção de chegarem à Alemanha ou outros países da Europa do Norte, procuram depois continuar o seu caminho pela Áustria ou República Checa.
Principal país afetado, a Áustria de imediato criticou o anúncio de Budapeste.
"Quem quer continuar a ter uma Europa sem fronteiras deve respeitar as regras de Schengen", comentou a ministro do Interior, Johanna Mikl-Leitner.
Em 17 de junho, a Hungria anunciou a construção de um muro, com quatro metros de altura e 175 quilómetros de comprimento, ao longo da sua fronteira com a Sérvia, o que provocou críticas de Belgrado e Bruxelas.
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