Ucrânia tenta resolver confronto entre polícias e ultranacionalistas
O Presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, vai tentar hoje solucionar uma nova crise interna, na sequência dos confrontos mortíferos que eclodiram no sábado entre unidades do Ministério do Interior e milícias ultranacionalistas ucranianas num enclave perto da Hungria.
© Reuters
Mundo Petro Poroshenko
Um plano do líder ucraniano, apoiado pela União Europeia (UE), previa a convocação para hoje o seu "gabinete militar" de generais de topo numa tentativa de fazer diminuir a tensão entre as duas forças rivais e concentrar esforços na rebelião separatista pró-russa no leste do país.
Os nacionalistas do Pravy Sektor (Setor Direita) desempenharam um reduzido mas importante papel nos três meses de protestos pró-europeus que motivou, em fevereiro de 2014, o afastamento da liderança de Kiev apoiada pela Rússia.
Este grupo ultranacionalista empenhou-se de seguida na formação de unidades militares bem equipadas e conhecidas pela sua agressividade, na guerra contra as forças separatistas do leste industrial da Ucrânia e que não reconheceram o novo regime.
Os batalhões do Ministério do Interior estão também na linha da frente da guerra que se prolonga há 15 meses do leste, apesar da celebração de diversos acordos de paz, o último em vigor desde fevereiro, e que já reclamou 6.500 mortos.
A desconfiança entre as unidades de voluntários e o exército ucraniano tem aumentado, enquanto Poroshenko insiste na aplicação do acordo de paz de fevereiro, que prevê um grau de autonomia para os insurretos pró-russos que controlam as regiões de Donetsk e Lugansk, mas que permanecem um anátema para os nacionalistas.
No domingo, as forças da ordem e os ultranacionalistas envolveram-se num "braço-de-ferro" no oeste do país, com os últimos a recusarem depor as armas e a erguerem barreiras nas estradas para impedir a chegada de reforços policiais.
Os serviços de segurança ucranianos (SBU) exigiram no domingo que os combatentes do Pravy Sektor "deponham as armas e se rendam para evitar um banho de sangue", na sequência do confronto armado da véspera entre polícias e ultranacionalistas que provocou pelo menos dois mortos em Mukatcheve, oeste do país.
Os confrontos do fim de semana ocorreram após uma tentativa do Pravy Sektor em impedir o envio de novas remessas de contrabando de cigarros em direção à Hungria e Eslováquia, e que têm enriquecido diversos políticos ucranianos locais e seus associados.
Os ultranacionalistas ucranianos têm ainda afirmado como "defensores da população" contra a corrupção instalada entre a elite política ucraniana e a polícia desde o colapso da União Soviética, em 1991.
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