ONU diz à Tailândia que retire acusações contra dois jornalistas
A ONU instou a Tailândia a retirar as acusações contra dois jornalistas, um australiano e uma tailandesa, por alegada difamação da marinha, citada num artigo sobre tráfico humano, informou hoje a imprensa local.
© Reuters
Mundo Difamação
Caso sejam condenados, os jornalistas podem ser punidos com penas de até sete anos de prisão.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos instou o Governo tailandês, em comunicado, a defender as normas internacionais dos "direitos dos jornalistas e outros para difundir a informação que é do interesse público legítimo", noticia o diário Bangkok Post.
O julgamento contra o australiano Alan Morison e a tailandesa Chutima Sidasathian, editor e redatora do jornal Phuketwan, começou esta segunda-feira.
Os jornalistas estão a ser julgados por alegadas acusações vertidas num parágrafo em que citaram textualmente a agência Reuters.
Apesar da queixa contra os jornalistas do Phuketwan, a agência Reuters não foi alvo de qualquer acusação pelo artigo original que acabou citado pelos visados.
Morrison disse à agência Efe estar "otimista" perante a falta de "argumentos" da acusação no julgamento que termina na quinta-feira, embora os juízes tenham até 30 dias para deliberar e emitir a sentença.
O parágrafo em questão, publicado em julho de 2013, cita um alegado traficante que acusa as "forças navais tailandesas" de lucrar com o tráfico de pessoas.
Segundo Morison, a marinha tailandesa traduziu erradamente a frase como "a Marinha Real Tailandesa", no parágrafo que fazia referência a navios tailandeses que podiam ser de outros corpos policiais ou militares.
"A liberdade de imprensa, incluindo a liberdade dos jornalistas para trabalhar sem medo de represálias é essencial para promover a transparência e prestar contas sobre os temas de interesse público", refere o texto difundido pelas Nações Unidas.
Jornalistas da agência Reuters ganharam o prémio Pulitzer com a cobertura do tráfico humano do mar de Andamão até à Tailândia e Malásia.
Em maio passado, o tráfico de imigrantes, sobretudo de muçulmanos birmaneses e do Bangladesh, tornou-se numa crise humana regional depois de vários barcos à deriva terem sido resgatados pela marinha da Tailândia, Malásia e Indonésia.
Entretanto, a Malásia e Indonésia comprometeram-se a acolher temporariamente os imigrantes, incluindo da minoria étnica 'Rohingya'.
Os 'Rohingya' são considerados pelas Nações Unidas a minoria étnica mais perseguida em todo o mundo e fazem perigosas viagens de barco a partir da Birmânia.
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