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Cerca de 30 detidos em Taiwan em protesto no Ministério de Educação

Cerca de 30 manifestantes estudantis foram detidos esta madrugada em Taiwan depois de terem tentado forçar a entrada no Ministério da Educação, em protesto contra alterações nos textos dos livros escolares do ensino secundário.

Cerca de 30 detidos em Taiwan em protesto no Ministério de Educação
Notícias ao Minuto

06:15 - 24/07/15 por Lusa

Mundo Taipé

Receios sobre o alegado aumento da influência de Pequim nos assuntos internos da ilha Formosa estiveram na origem da ocupação do parlamento taiwanês durante semanas, em março e abril do ano passado, em protesto contra a ratificação de um acordo de livre comércio de Taiwan com a China.

"Trinta pessoas foram detidas e estão a ser interrogadas sob a acusação de violação do gabinete do governo e danos causados por terem arrombado a porta", disse esta noite um porta-vos da polícia à AFP.

Segundo a agência Efe, a polícia e funcionários tinham reforçado as medidas de segurança das instalações do Ministério de Educação com a colocação de barreiras metálicas com arame farpado para evitar que os manifestantes, que protestam há semanas, repetissem a ocupação do parlamento, registada em março e abril de 2014.

Os protestos surgiram após o fracasso das conversações na noite de quinta-feira com um responsável da Educação sobre as mudanças nos programas curriculares previstas para setembro.

A tentativa de entrada no Ministério da Educação aconteceu após um debate. Os manifestantes conseguiram chegar ao gabinete do ministro e instalar barricadas dentro do edifício para evitarem ser desalojados.

Depois de uma noite de protestos, a polícia conseguiu dispersar os manifestantes, que se reuniram em menor número a umas centenas de metros do Ministério da Educação e anunciaram novas ações contra as alterações nos livros escolares, consideradas como "deformações ideológicas da China", segundo um manifestante citado pela agência Efe.

Protestos estudantis em março e abril de 2014, contra um pacto comercial com a China, resultaram na ocupação do Parlamento e também, durante umas horas, do poder executivo da ilha, e a 30 de março conseguiram reunir quase meio milhão de pessoas em seu apoio.

Em 2012, milhares de pessoas sairam à rua em Hong Kong em protesto contra a intenção de o governo introduzir a "educação patriótica" nas escolas.

O Governo de Hong Kong acabou por abandonar o plano de obrigatoriedade do ensino da disciplina de Educação Nacional nas escolas do território, em setembro desse ano, na véspera das eleições para o Conselho Legislativo.

A decisão foi tomada após protestos de estudantes, professores e encarregados de educação, que chegaram a concentrar ativistas em em greve de fome junto à sede do Governo da antiga colónia britânica.

Pequim considera Taiwan uma província do país, embora a ilha funcione, de facto, como um país soberano, com todas as instituições de Governo eleitas pela população.

A China deseja para Taiwan um processo de reintegração idêntico ao encetado para Hong Kong e Macau, prometendo um alto grau de autonomia para a ilha, situação que não agrada a muitos dos habitantes de Taiwan, embora em termos políticos se processe uma cada vez maior aproximação bilateral.

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