Russo suspeito de assassínio de ex-espião do KGB intimado a depor por Londres
O empresário russo Dmitri Kovtoun, um dos dois principais suspeitos do assassínio de Alexandre Litvinenko, ex-espião do KGB envenenado com polónio em 2006, em Londres, recebeu hoje uma última hipótese de testemunhar no inquérito público britânico em curso.
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Mundo Testemunhas
Dmitri Kovtoun deveria testemunhar a partir de segunda-feira e durante três dias, por vídeo a partir de Moscovo, mas declarou à agência noticiosa Interfax que não o podia fazer, porque não tinha sido autorizado pelas autoridades russas, responsabilizando os britânicos, alegando que estes não tinham contactado os seus homólogos da Federação Russa.
"Não vou poder testemunhar hoje, amanhã ou depois de amanhã", afirmou à Interfax.
"A sua última ocasião para o fazer é amanhã (terça-feira) às 09:00 horas" (mesma hora em Lisboa), afirmou o juiz Robert Owen durante a audiência do inquérito público, em que, ao contrário do que o nome sugere, se examinam documentos sensíveis à porta fechada.
Perante este novo desenvolvimento, o juiz Owen disse suspeitar de "uma tentativa de manipulação", razão pela qual fez o ultimato até à manhã de terça-feira.
Kovtoun tinha criado a surpresa em março, ao pedir para ser ouvido, se lhe fosse atribuído o estatuto de testemunha-chave.
Até então, tinha sempre recusado, como o outro suspeito, Andrei Lougovoi, um antigo agente secreto que agora é deputado por um partido nacionalista, participar, fosse como fosse, no inquérito, que averigua a possível implicação do Kremlin no assassínio.
Dmitri Kovtoun e Andrei Lougovoi são suspeitos pela polícia britânica de terem envenenado Alexandre Litvinenko num hotel londrino, em 01 de novembro de 2006.
Depois de ter tomado um chá com eles, Litvinenko, um ex-espião do FSB (ex-KGB), começou a sentir-se mal antes de morrer três semanas depois de um envenenamento por polónio-210, uma substância radioativa extremamente tóxica e quase indetetável, o que o tornou a primeira vítima conhecida de um "assassínio radioativo".
As conclusões do inquérito público, aberto em janeiro, são esperadas para quinta e sexta-feira.
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