No dia 5 de agosto de 2010, no Chile, 33 mineiros ficaram encurralados debaixo da terra onde permaneceram durante mais de dois meses, numa luta constante para evitar a desidratação e a fome e para manter a esperança de sair daquele lugar.
Primeiramente, pensava-se que estariam mortos, ao cabo dos primeiros exercícios de salvamento sem sucesso. Depois, a 22 de agosto, uma das escavadoras utilizadas para tentar encontrar os homens sai com um bilhete a dizer que os 33 homens estavam vivos.
O processo de salvamento foi complicado e envolveu três projetos diferentes de escavação, todos alinhados para que se pudessem tirar os homens do suplício terreno em que se encontravam. Foram, finalmente, resgatados um a um com recurso a uma cápsula.
E cinco anos depois? Onde estão os homens salvos em 2010?
Reporta a CNN que muitos ainda lutam com os traumas deixados por aqueles dois meses de clausura e que alguns deles até têm problemas em manter um trabalho fixo.
Durante algum tempo a atenção internacional estava virada para os 33 mineiros e a sua provação valeu-lhe convites para viagens, entrevistas e eventos. Mas à medida que esta atenção foi desaparecendo, também o dinheiro foi desaparecendo, assim como a ‘anestesia’ dada pelo mediatismo.
Hoje em dia, a maior parte dos homens tem dificuldades em sustentar-se, sendo que alguns vivem com pensões do governo (cerca de 500 dólares mensais, metade do que ganhavam na mina).
Um deles até organiza excursões à mina onde esteve preso, mediante doações em dinheiro. Nos tempos livres, ensina danças locais para afugentar os pesadelos que o deixam acordado pela madrugada fora.
Todos enfrentam desafios diferentes, termina a reportagem da CNN, mas o incidente que os marcou para sempre é o mesmo que os une na certeza de que tudo é possível com força de vontade e fé.
Recorde-se que tem estreia prevista para Portugal, a 26 de novembro, o filme ‘Los 33’, que pretende retratar a história dos 33 mineiros.