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Tribunal do Malauí suspende queima de marfim contrabandeado da Tanzânia

Um tribunal do Malauí suspendeu por três meses a destruição pelo Governo do país de 2,6 toneladas de marfim contrabandeados da Tanzânia em 2013, divulgou hoje uma fonte judicial.

Tribunal do Malauí suspende queima de marfim contrabandeado da Tanzânia
Notícias ao Minuto

15:58 - 18/09/15 por Lusa

Mundo Caça

A Tanzânia deseja recuperar o marfim para que sirva como prova contra os caçadores furtivos, explicou à agência de notícias francesa AFP um responsável do tribunal de Mzuzu, uma cidade do norte do Malauí, onde a destruição do marfim deveria acontecer.

"A Tanzânia obteve um prazo de três meses para resolver este problema com as autoridades do Malauí. Se isso não acontecer, o Malauí poderá queimar o marfim", disse o funcionário judicial, sob anonimato.

"Nós estamos desapontados porque tudo estava pronto para a queima, hoje pela manhã, do marfim contrabandeado, com o objetivo de mostrar o nosso engajamento na luta contra a caça furtiva e o tráfico ilegal de marfim", disse o diretor dos parques nacionais do Malauí, Bright Kumchedwa.

A Tanzânia "quis o seu marfim quando informámos a nossa intenção de o queimar. Eles nunca haviam respondido às nossas advertências", disse Kumchedwa.

Escondidos em saco de cimento, os 781 chifres vindos da Tanzânia foram confiscados pela alfândega do Malauí, no norte do país, em 2013.

Encravado entre Moçambique, a Zâmbia e a Tanzânia, o Malauí é "um alvo fácil tanto para os caçadores furtivos como para os traficantes", disse Jonathan Vaughan, diretor do Lilongue Wildlife Trust, uma organização não-governamental que luta contra a caça furtiva.

As autoridades moçambicanas incineraram, no início de julho, mais de duas toneladas de dentes de marfim e cornos de rinoceronte em Maputo, apreendidas em diferentes ocasiões em vários pontos do país.

Entre as peças incineradas, inclui-se parte dos 65 cornos de rinocerontes apreendidos em maio na província de Maputo, sul do país, 12 dos quais acabaram por ser roubados com a suposta conivência de funcionários do Estado, incluindo polícias.

Vários grupos que integram moçambicanos são acusados de estar envolvidos na caça furtiva no país e no parque sul-africano de Krueger, junto da fronteira com Moçambique, onde matam rinocerontes e elefantes para extração de cornos e dentes de marfim, que são posteriormente traficados para a Ásia.

A Embaixada dos EUA em Maputo aplaudiu a "ação corajosa do Governo de Moçambique na destruição de reservas de 2,4 toneladas de pontas de marfim e de 193 quilogramas de cornos de rinoceronte apreendidas".

No total, o Malauí deverá destruir 6,6 toneladas de marfim acumuladas nas apreensões dos últimos anos.

A caça furtiva de elefantes caiu pela metade no Malauí, passando de 4.000 nos anos de 1980 para 2.000 atualmente.

O Malauí está atualmente a rever as suas leis em matéria de proteção ambiental e colocar em prática penas mais duras contra os caçadores furtivos.

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