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Coreia do Sul pode enriquecer urânio a partir de hoje após acordo

A Coreia do Sul pode a partir de hoje reprocessar combustível atómico e enriquecer urânio, após a entrada em vigor do acordo nuclear subscrito por Seul e Washington este ano que elimina as restrições impostas ao país asiático.

Coreia do Sul pode enriquecer urânio a partir de hoje após acordo
Notícias ao Minuto

06:46 - 25/11/15 por Lusa

Mundo Restrições

O ministro dos Negócios Estrangeiros sul-coreano, Yun Byung-se, e o embaixador norte-americano no país, Mark Lippert, vão declarar a entrada em vigor do pacto durante uma cerimónia em Seul, afirmou um porta-voz da diplomacia à agência Efe.

Em abril, representantes de ambos os países selaram um histórico acordo depois de um longo período de negociações que se prolongou mais de cinco anos, em que a Coreia do Sul pressionou insistentemente os Estados Unidos para que lhe permitisse ampliar as suas atividades no âmbito da energia nuclear.

O acordo permite a Seul desenvolver as tecnologias necessárias para reciclar os resíduos dos seus 24 reatores atómicos mediante uma técnica que lhe possibilita produzir energia mas que não é apta para o uso armamentístico dos materiais nucleares.

A Coreia do Sul, país signatário do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, também terá via livre para operar um programa de baixo enriquecimento de urânio supervisionado por Washington, que lhe ajudará no armazenamento, transporte e na disposição do seu combustível usado, segundo o pacto.

O acordo que entra hoje em vigor substitui o tratado nuclear de 1974, em que os Estados Unidos impunham estritas proibições sobre as atividades de reprocessamento e enriquecimento de urânio da Coreia do Sul.

O pacto terá uma vigência de 20 anos com possibilidade de prolongar-se por cinco anos em caso de acordo entre as partes.

O reprocessamento de combustível atómico e o enriquecimento de urânio foram nas últimas décadas importantes reivindicações da Coreia do Sul, um país cuja produção elétrica depende em aproximadamente um terço da energia nuclear e se vê obrigado a importar todo o combustível que as suas centrais usam.

Os Estados Unidos, que contribuíram com cerca de um quarto da procura sul-coreana de urânio enriquecido, negaram até este ano rever o acordo de 1974 ao considerar uma possível escalada nuclear perigosa na conflituosa península coreana.

Por seu lado, o regime comunista da vizinha Coreia do Norte tem mostrado capacidades para enriquecer urânio e detonar dispositivos atómicos apesar de estar fora do Tratado de Não Proliferação, o que lhe valeu a imposição de duras sanções por parte da ONU.

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