Presidente sírio considera bombardeamentos do Reino Unido ilegais
Os bombardeamentos aéreos realizados desde quinta-feira pelo Reino Unido contra o grupo extremista Estado Islâmico na Síria são "ilegais" e "farão o terrorismo espalhar-se", afirmou o Presidente sírio numa entrevista ao jornal Sunday Times.
© Reuters
Mundo Bashar al-Assad
"Isso é prejudicial, ilegal e será uma forma de apoiar o terrorismo (a espalhar-se), como aconteceu desde o início da intervenção da coligação há um ano, ou mais, atrás, declarou Bashar Al-Assad numa entrevista publicada hoje pelo jornal, referindo-se aos bombardeamentos autorizados na quarta-feira pelo parlamento britânico.
"Você não os pode derrotar somente com bombardeamentos aéreos. Você não os pode derrotar sem a cooperação com tropas em terra. Você não os pode derrotar se não tiver a aprovação do povo e do Governo", disse ainda.
O presidente sírio também ironizou os "70.000 combatentes sírios moderados" mencionados pelo primeiro-ministro britânico, David Cameron, em que a coligação poderia apoiar-se em terra.
"Onde estão eles? Onde estão os 70.000 combatentes moderados de que ele fala? Não há 70.000. Não há nem 7.000", afirmou.
Bashar Al-Assad, em contrapartida, elogiou a intervenção russa no seu país, descrevendo-a como "legal" porque responde a "um pedido" de sua parte.
"Quantas células extremistas existem agora na Europa? Quantos extremistas têm vocês exportado da Europa para a Síria? O perigo é a incubadora. Os russos compreenderam bem isso. Eles querem proteger a Síria, o Iraque, a região e mesmo a Europa. Eu não estou exagerando ao dizer que eles estão a proteger hoje a Europa ", argumentou.
Questionado sobre uma possível intervenção no terreno de soldados russos, Al-Assad respondeu que o assunto "ainda não tinha sido discutido".
"Não acho que precisamos agora (desta intervenção no solo) porque as coisas estão a evoluir com bom senso", acrescentou.
O Presidente deixou igualmente em aberto a possibilidade de uma cooperação com os países ocidentais, se estes estiverem "verdadeiramente prontos a ajudar a combater o terrorismo".
"Se estiverem prontos, nós os acolheremos", referiu.
"Nós somos pragmáticos. Em última análise, queremos resolver a situação na Síria e evitar mais derramamento de sangue", afirmou.
Questionado se iria concorrer à Presidência de seu país, em caso de realização de eleições, respondeu que "Se não se chegar a um acordo sobre esse processo, eu sou como qualquer outro sírio, com o direito a candidatar-me".
"Minha decisão será baseada na minha capacidade de agir e (depende de saber) se eu tenho o apoio do povo sírio", avaliou.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com