PSOE diz que eleitores não perdoarão Podemos se não viabilizar governo
O secretário-geral do PSOE, Pedro Sánchez, afirmou hoje que os eleitores do Podemos não perdoarão ao seu líder, Pablo Iglesias, se este bloquear um governo de esquerda liderado pelos socialistas.
© Reuters
Mundo Esquerda
Sánchez falava antes do arranque da sessão constitutiva do Congresso dos Deputados (parlamento espanhol), na qual o socialista Patxi López deverá ser eleito presidente graças a um acordo do PSOE com o partido de centro-direita Ciudadanos e não com o Podemos (esquerda radical).
O acordo do PSOE (90 deputados) com o Ciudadanos (40 deputados) levou o PP de Mariano Rajoy (vencedor das eleições gerais com 123 deputados) a desistir de apresentar um nome para a votação de presidente da Mesa do Congresso.
No entanto, os três partidos deverão ter acordado (indiretamente, com a mediação do Ciudadanos) a restante constituição da Mesa: três elementos para o PP, um outro para o PSOE (além do Presidente), dois para o Ciudadanos e os restantes dois para o Podemos.
Mesmo neste cenário, Pedro Sánchez continua a insistir num acordo com o Podemos (69 deputados, contando com os 27 votos de três coligações regionais do partido).
"O PSOE vai tentar liderar um governo [progressista e de esquerda). Os eleitores do Podemos não perdoariam a Pablo Iglesias não impulsionar uma agenda social, que é o que agora precisam os espanhóis", salientou Sánchez num programa radiofónico.
Por outro lado, Sánchez instou Iglesias a aceitar um acordo de alternativa ao PP com o Ciudadanos, de Albert Rivera. O líder socialista recordou que o Podemos ficou de fora do acordo para a presidência do Congresso porque queria formar quatro grupos parlamentares (um do Podemos e outros três das formações regionais "irmãs": En Comú Podem, Compromís e En Marea). As restantes forças políticas, incluindo o PSOE, rejeitaram essa possibilidade.
"Iglesias tem de decidir se vai apostar pela continuidade do PP e de Rajoy na Moncloa devido à sua atitude de bloqueio, ou se quer que o PSOE lidere um governo progressista", disse Pedro Sánchez.
No entanto, já hoje Pablo Iglesias e o líder do Ciudadanos, Albert Rivera, trocaram acusações, evidenciando um afastamento que põe em risco a via de entendimento proposta pelo líder do PSOE.
Iglesias acusou Rivera por ter viabilizado um acordo precisamente para a presidência do Congresso, mas também para a restante composição da Mesa.
"Isto não é o que as pessoas queriam quando votaram [a 20 de dezembro] e não vão esquecer isto nas próximas eleições", disse Iglesias a Rivera, que respondeu que as eleições já passaram e que agora é tempo de trabalhar.
Rivera disse que o preocupa que o Podemos esteja mais interessado em ter quatro grupos parlamentares do que em pôr mãos ao trabalho.
"E vocês com pactos com o PP? É essa a nova política?", contra-atacou Iglesias.
O líder do Ciudadanos sublinhou que este é o momento de fazer acordo e não acusações.
"Acordos com o PP, com o partido da corrupção? Nós não", concluiu Iglesias, reiterando a sua opinião de que o Ciudadanos é a "muleta do PP".
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