"Esta iniciativa pretende estimular uma reflexão sobre um percurso que, como outros, é coletivo e pertence a todo povo moçambicano", disse Armando Guebuza, falando hoje durante a cerimónia de lançamento da página na internet, que coincidiu com a celebração do seu 73.ª aniversário.

Destacando a importância de uma reflexão sobre o passado, como forma de o país orientar melhor o futuro, o antigo chefe de Estado moçambicano disse que a página, intitulada Armando Emílio Guebuza, pretende sublinhar o percurso do país na luta pelo desenvolvimento, através dos momentos mais marcantes da história da nação.

"A nossa intenção é contribuir para a promoção de um Moçambique cada vez mais prestigiado no concerto das nações", assinalou Armando Guebuza, salientando que um dos objetivos do projeto é a luta para o alcance de uma "vida cada vez mais digna" para os moçambicanos.

Admitindo que o desenvolvimento é um processo contínuo, Armando Guebuza convidou as novas gerações a contribuírem para o país, apontando, a título de exemplo, a "coragem da juventude que ousou lutar" contra a opressão colonial portuguesa.

"Este é um espaço de debate", referiu, acrescentando ainda que é uma oportunidade para as novas gerações se inspirarem nos "feitos do passado", na medida em que "uma nação que conhece a sua história domina o seu futuro".

Por sua vez, o atual Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, disse, na mesma cerimónia, que a iniciativa encoraja todos os moçambicanos a lutar pelo desenvolvimento do país, indicando que a página vai colocar à disposição de todos importantes informações sobre uma parte da história de Moçambique.

"Armando Guebuza é cidadão e hoje requalifica os seus feitos numa autêntica biblioteca para todo o seu povo e para as próximas gerações", afirmou o chefe de Estado moçambicano, saudando a disponibilidade do antigo Presidente para o desenvolvimento e consolidação da paz em Moçambique.

Nascido a 20 de Janeiro de 1943, em Murrupula, província de Nampula, norte de Moçambique, Armando Guebuza foi o terceiro Presidente de Moçambique e o segundo eleito democraticamente, governando entre 2004 e 2014.

Com mais de 50 anos de carreira política, Guebuza juntou-se à Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), ao lado de outros membros do Núcleo dos Estudantes Secundários Africanos de Moçambique, durante a sua juventude.

Foi o primeiro ministro do Interior, logo após a independência de Moçambique, tendo ainda detido a pasta dos Transportes e sido líder da bancada parlamentar da Frelimo, além de ser um dos principais empresários do país.

Guebuza pertenceu ao primeiro governo de transição, no fim da luta de libertação, como ministro da Administração Interna, destacando-se ainda como um dos nomes mais importantes da poesia de combate, movimento literário moçambicano que lutou contra a opressão colonial.

O lançamento da página de Guebuza reuniu várias personalidades do cenário político moçambicano, incluindo o ex-Presidente Joaquim Chissano, num raro momento em que os três chefes de Estado vivos estiveram juntos publicamente.