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Especialistas brasileiros formam profissionais de saúde moçambicanos

Trinta e seis profissionais de saúde de Moçambique estão a ser formados na identificação e controlo do vírus Zika, numa iniciativa que conta com a participação de pesquisadores e especialistas brasileiros.

Especialistas brasileiros formam profissionais de saúde moçambicanos
Notícias ao Minuto

23:09 - 19/02/16 por Lusa

Mundo Zika

"Esta formação tem objetivo de capacitar os técnico do Ministério da Saúde no mapeamento e na identificação do vetor", disse Eduardo Samo Gudo, diretor científico do Ministério da Saúde, numa conferência de imprensa em Maputo.

A formação de uma semana junta em Maputo profissionais das onze províncias moçambicanas.

"Nós queremos garantir que Moçambique não reporte casos de Zika", sublinhou Eduardo Samo Gudo, declarando que, ainda no quadro das ações de prevenção, o país continua a observar todos requisitos preconizados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e até agora nenhuma caso foi registado.

"Nós já reforçámos a vigilância nas fronteiras e estamos a desenvolver ações de mapeamento do vetor", afirmou o diretor científico do Ministério da Saúde, observando que, a seguir, será reforçada a capacidade de diagnóstico laboratorial.

Por sua vez, a formadora e pesquisadora brasileira Mariana David, da Fundação Osvaldo Cruz do Brasil, considerou que a formação foi positiva, na medida em que o grupo procurou sempre contextualizar a experiência do Brasil, como um dos países mais afetados pela doença, à realidade moçambicana.

"Ao longo deste tempo, tentámos identificar possíveis criadouros do 'Aedes aegypti' [mosquito transmissor do vírus]", afirmou, acrescentando que a principal medida de combate ao vírus é a eliminação dos vetores e estes 36 técnicos já estão prontos para identificar o mosquito.

A pesquisadora enalteceu ainda a importância da sensibilização da população para a adoção de medidas de prevenção, evitando criar condições para o surgimento do mosquito.

"É uma medida que não requer grandes custos, depende da consciencialização da população para que não deixe acumular água em locais que propiciem o surgimento do 'Aedes aegypti'" , disse Mariana David, concluindo que o controlo químico só é recomendado em casos de emergência.

A OMS prevê uma propagação "explosiva" do Zika no continente americano, entre três e quatro milhões de casos este ano.

No Brasil, há já 1,5 milhões de casos registados.

Na quinta-feira, a organização recomendou ainda a todos que regressem de zonas onde é transmitido o vírus Zika a adotarem "práticas sexuais seguras ou considerar a abstinência por um período de, pelo menos, quatro semanas".

Num guia sobre "A prevenção da possível transmissão sexual do Zika", a organização adiantou que as pessoas que vivam nessas mesmas zonas "deveriam considerar práticas sexuais seguras ou absterem-se da atividade sexual", sem precisar durante quanto tempo.

A recomendação tem por base o facto de a maioria das infeções por Zika serem assintomáticas e de ser possível a transmissão sexual do vírus.

Os conselhos iniciais da OMS em matéria sexual dirigiam-se sobretudo às mulheres grávidas devido à suspeita sobre a relação existente entre o vírus e o aumento de casos de microcefalia, com destaque para o Brasil.

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