Crise dos refugiados é mais perigosa para a Europa que crise da dívida
O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, afirmou hoje que a crise dos refugiados é ainda mais perigosa para a União Europeia que a provocada pela dívida porque põe à prova os valores do continente e mesmo a existência da sua unidade.
© Lusa
Mundo Alexis Tsipras
Numa entrevista publicada hoje no diário alemão "Bild", Alexis Tsipras realçou que não se devem "misturar as duas coisas", embora tenha dito que acredita que "a crise dos refugiados é mais perigosa para a Europa porque ameaça a existência da União Europeia (UE)".
"Se os nossos valores comuns começam a ser questionados por alguns e se de imediato as regras começam a ser validas só para alguns, então estamos numa situação imposta a uma comunidade", salientou o governante.
No entanto, Tsipras insistiu que as duas crises não são comparáveis, pois para cumprir as regras relativas à divida da Grécia "sangrou-se e segue-se sangrando", enquanto no que se refere aos refugiados a União Europeia enfrenta uma situação que não pode resolver.
"A crise dos refugiados é algo que a Grécia não pode resolver. Não violamos as regras deliberadamente, pois estamos perante uma tarefa que nos supera", salientou.
Tsipras referiu também na entrevista que a Grécia não tem problemas para proteger as suas fronteiras, mas lembra que o país tem uma costa de 10.000 quilómetros.
Além disso, adiantou que o direito internacional obriga a que haja um porto seguro para os refugiados que estão em situação de emergência marítima.
Alexis Tsipras referiu também que "a Meca" dos refugiados "não está na Grécia", mas em outros lugares, ao reconhecer que não pode fechá-los no país.
"Há que entender a mentalidade dos refugiados, pois as suas casas foram bombardeadas. Fugiram para a Grécia porque veem no país a porta para a Europa, mas para eles a Meca está mais a norte", realçou, insistindo que a Grécia, por causa da crise económica terá mais dificuldades para encontrarem trabalho e eles sabem disso", sublinhou.
Perante esta situação, Tsipras considerou que a única solução viável é estabelecer quotas para refugiados.
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