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Nações ricas criticadas por terem realojado apenas 1,39% dos refugiados

A organização humanitária Oxfam criticou hoje os países ricos por apenas terem realojado 1,39% dos cinco milhões de refugiados sírios e pediu-lhes que redobrem esforços no sentido de cumprirem as quotas que lhes correspondem.

Nações ricas criticadas por terem realojado apenas 1,39% dos refugiados
Notícias ao Minuto

11:38 - 29/03/16 por Lusa

Mundo Oxfam

A tomada de posição da organização não-governamental (ONG), que acontece na véspera de uma conferência sobre os refugiados em Genebra, instou ainda as nações ricas a "realojarem ou procederem a outras formas de admissão humanitária a 10% dos refugiados registados até ao final de 2016, o que equivale a cerca de 480 mil pessoas", de acordo com uma nota citada pela agência EFE.

Até agora, os países com maiores recursos económicos, entre eles os europeus, ofereceram realojamento a 129.966 pessoas, o que significa "27% do mínimo que deveriam realojar", e, de entre aquele número, apenas 67.108 pessoas, ou 1,39%, conseguiram chegar ao seu destino final, referiu a Oxfam.

De acordo com os números da organização, apenas três países -- Canadá, Alemanha e Noruega -- se comprometeram a realojar mais pessoas do que as correspondentes ao tamanho das respetivas economias.

Outros cinco países -- Austrália, Finlândia, Islândia, Suécia e Nova Zelândia -- comprometeram-se a realojar mais de metade do número de pessoas correspondentes.

Outras duas dezenas de nações incluídas na análise "deverão oferecer rotas legais e seguras às cidadãs e cidadãos sírios que fujam do conflito e aumentar a respetiva oferta de realojamento de forma equitativa", defendeu a organização.

De acordo com a Oxfam, a França, por exemplo, comprometeu-se a realojar apenas 4% da população refugiada que lhe corresponderia, a Holanda e os Estados Unidos 7%, a Dinamarca 15% e o Reino Unidos 22%.

"Desde o início desta crise terrível há seis anos, mais de 4,8 milhões de sírios e sírias procuraram refúgio na Turquia, Líbano, Jordânia e outros países da região", assinalou a ONG.

Um em cada cinco habitantes no Líbano é refugiado sírio e na Jordânia a população refugiada representa 10% do total, sendo que a quarta maior "cidade" deste país é um campo de refugiados.

"A economia e as infraestruturas destes países são frágeis. Já não conseguem assumir esta responsabilidade sozinhos", afirmou a diretora da Oxfam Internacional, Winnie Byanyima, na nota hoje divulgada.

"A conferência de Genebra deve oferecer soluções urgentes que proporcionem às pessoas que escapem do conflito rotas legais e seguras que as levem a países terceiros que as acolham", acrescentou Winnie Byanyima.

A Oxfam criticou ainda no comunicado hoje divulgado "algumas tentativas de utilizar a política de realojamento como moeda de troca" para conseguir outros acordos políticos, "como no acordo recente entre a União Europeia e a Turquia".

Estas manobras "agravaram a situação e suscitaram polémica pela sua legitimidade política, ética e mesmo legal", argumentou a ONG.

"O realojamento deveria ser uma forma de proporcionar um lar aos refugiados mais vulneráveis, não um metido para gerir a migração e justificar políticas de asilo severas", acrescentou a Oxfam na sua nota.

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