Rússia diz que Bruxelas e Chipre têm de encontrar saída para crise
O primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev, disse esta sexta-feira que a dramática situação no sistema financeiro cipriota deve ser resolvida pelo Chipre e União Europeia, mas frisou que a Rússia não rompeu o diálogo com Nicósia.
© Reuters
Mundo Medvedev
"A Rússia não fechou as portas à discussão sobre as possibilidades de apoiar o Chipre", disse Medvedev numa conferência de imprensa com o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso.
"Não dissemos que não queremos discutir nada, que nada queremos ouvir, que o Chipre é simplesmente um Estado membro da UE e, por isso, nos deixem em paz", acrescentou.
Porém, o dirigente russo ressalvou que a Rússia só poderá participar na ajuda ao Chipre depois de ser elaborado um plano de saída da economia da crise.
"Temos, realmente, interesses económicos lá e estamos prontos a discutir diferentes possibilidades de apoio a esse Estado, tanto mais que já prestámos e concedemos créditos, mas só depois de ser elaborado um esquema definitivo pelos Estados da UE e pelo próprio Chipre", acrescentou.
"Só neste caso a Rússia poderá juntar-se ao processo", frisou.
Hoje, o ministro das Finanças cipriota, Michalis Sarris, deixou Moscovo, onde se deslocou na terça-feira para angariar apoio das autoridades russas, sem ter sido anunciado qualquer acordo.
Sarris procurava conseguir que as condições do empréstimo de 2,5 mil milhões de euros, acordado por Moscovo a Nicósia em 2011, fossem aliviadas, e tinha proposto aos russos investimentos nos sectores bancário e energético em troca de ajuda.
Durão Barroso comunicou que a Comissão Europeia ainda não recebeu do Chipre as propostas de solução do problema financeiro do país, mas prometeu fazer tudo para resolver a crise.
"A última informação de que disponho consiste em que eles [cipriotas] ainda não estão prontos para formular um pacote de propostas. Nós ainda não recebemos essa resposta", reconheceu.
"Os Estados membros da União Europeia estão prontos a analisar essa decisão e a tentar fazer tudo para normalizar a situação", concluiu.
Durão Barroso e Medvedev aceitaram comentar a situação no Chipre só após várias insistências dos jornalistas.
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