Governo líbio pede aviões para combater jihadistas do Estado Islâmico
O governo de unidade nacional líbio pediu hoje aviões de combate e helicópteros, após se ter congratulado com o apoio de diversas potências mundiais ao levantamento do embargo à venda de armas para combater com mais eficácia os grupos 'jihadistas'.
© Reuters
Mundo Tripoli
O apoio das potências mundiais ao fim deste embargo "é fundamental para o estabelecimento de um exército forte (...) capaz de lutar contra o grupo 'jihadista' Estado Islâmico [EI] e os outros grupos extremistas", declarou à agência noticiosa France-Presse (AFP) o vice-primeiro-ministro líbio, Moussa al-Kony.
O responsável líbio reagia ao apoio anunciado na segunda-feira em Viena pelas grandes potências e países vizinhos da Líbia de apoiarem o rearmamento do governo de união em Tripoli, que tenta impor a sua autoridade num país minado por divisões e a ameaça 'jihadista'.
A reunião de Viena foi copresidida pelos Estados Unidos e pela Itália e contou com a participação de ministros dos Negócios Estrangeiros de mais de duas dezenas de países - incluindo a Rússia, Arábia Saudita, China, Egito, Tunísia, Alemanha, França e Reino Unido -, da chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Federica Mogherini, e do enviado especial da ONU para a Líbia, Martin Kobler.
O novo executivo vai assim solicitar que seja isento do embargo da ONU à venda de armas aplicado desde a revolta contra o regime de Muammar Kadhafi em 2011.
"As instituições estatais entraram em colapso porque o próprio exército entrou em colapso. Hoje a nossa prioridade consiste em unificar esta instituição e fazê-la renascer, mas sem armas não vamos consegui-lo", insistiu Al-Kony.
"O que pretendemos é obter toda a espécie de armas (...) mas para nós a prioridade são os aviões", prosseguiu. "Queremos pilotos, helicópteros e aviões de guerra".
Presente em Viena, o primeiro-ministro líbio, Fayez al-Sarraj, solicitou a ajuda aos restantes ministros presentes que manifestaram disponibilidade em "responder aos pedidos do governo líbio para treinar e equipar a guarda presidencial e as forças autorizadas".
Fayez al-Sarraj continua a tentar impor a sua autoridade mais um mês e meio após a sua chegada a Tripoli, enquanto o EI alargou recentemente o seu controlo a oeste da cidade de Syrte, que controla desde junho de 2015.
Dissensões políticas e um vazio securitário têm contribuído desde 2014 para a implantação do EI na Líbia, e um crescente envolvimento do vizinho Egito no conflito no país vizinho através de ações militares contra os grupos 'jihadistas', também considerados uma ameaça direta para a Europa.
O governo de Al-Sarraj foi até ao momento incapaz de garantir a adesão do executivo paralelo instalado no leste do país, que recusa ceder o poder antes de um voto de confiança no parlamento, adiado por diversas vezes.
O combate contra os 'jihadistas' é um dos elementos de rivalidade entre as forças de Tripoli e do governo paralelo, dirigido no leste pelo controverso general Khalifa Haftar.
Segundo fontes francesas e norte-americanas citadas pela AFP, o EI possui entre 3.000 a 5.000 combatentes na Líbia, e está a tentar garantir o recrutamento de centenas de estrangeiros.
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