Venezuela recusa receber ajuda humanitária internacional
A Venezuela recusou esta segunda-feira a possibilidade de receber ajuda humanitária em medicamentos, considerando que as razões que levaram à crise na área da saúde são a descida dos preços do petróleo e as pressões das "forças internacionais".
© Reuters
Mundo OEA
"Acreditamos na ajuda humanitária, mas é diferente usá-la no quadro que se está usando, que esconde um desejo intervencionista que é inaceitável", disse o embaixador da Venezuela na Organização dos Estados Americanos.
Bernardo Álvarez falava na 46ª assembleia-geral da Organização de Estados Americanos (OEA), que decorre na República Dominicana.
Segundo o representante da Venezuela perante a OEA "se há um país que nos últimos anos fez esforços gigantes para garantir um serviço de saúde ótimo, foi a Venezuela", tendo Caracas estabelecido "uma série de políticas de inclusão" nesse sentido.
A posição de Caracas foi dada a conhecer pouco depois de um venezuelano de 25 anos de idade, que participou na Assembleia Geral, Adolfo Flores Padrón pedir a intervenção da OEA para que o Governo da Venezuela instalasse um corredor humanitário para o ingresso de medicamentos.
Pouco depois, ao ter conhecido a posição do Governo do Presidente Nicolás Maduro, o venezuelano reafirmou aos jornalistas que "a crise de escassez de alimentos e medicamentos não espera uma data".
"A situação na Venezuela é grave e nós estamos aqui para denunciar e acender os alarmes da comunidade internacional (...), não estamos pedindo a intervenção de nenhum Estado estrangeiro", frisou.
A OEA incluiu hoje a crise na Venezuela, na agenda oficial, da assembleia-geral, que decorrerá até quarta-feira na República Dominicana.
O debate antecede uma reunião do Conselho Permanente da OEA, prevista para 23 de junho, na sequência do pedido feito recentemente pelo secretário-geral daquele organismo, Luís Almagro, para ativar a Carta Democrática Interamericana para a Venezuela.
Cada vez são mais frequentes as queixas de venezuelanos para conseguir, no mercado local, produtos básicos como a farinha de milho, café, açúcar, leite, manteiga, óleo, feijão e outros grãos, massa, arroz, entre outros, que quando chegam aos supermercados são vendidos sem chegar a ser colocados nas prateleiras.
Cada vez mais frequentes são também as filas de pessoas junto dos supermercados, num país onde a inflação ronda os 200%.
Por outro lado, fontes médicas dão conta que a falta de medicamentos e materiais médicos básicos ronda os 80%, afetando diversos tipos de pacientes, entre eles hipertensos e diabéticos.
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