O Presidente "foi informado" e "lançou a iniciativa desse processo", referiu Simões Pereira, que acusa o atual governo de promover uma campanha de desinformação sobre o assunto.
O líder do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) falava numa conferência de imprensa em que refutou as acusações atribuídas ao governo que dirigiu até 2015 de criar um buraco injustificável nas contas públicas para saldar o crédito malparado dos bancos privados do país.
Na altura, referiu, o próprio Presidente da República disse que havia necessidade daquela operação para impedir que o setor privado continuasse "sem recursos".
Geraldo Martins, ex-ministro da Economia e Finanças, também já veio a público referir que o apoio que subscreveu a dois dos quatro bancos comerciais privados da Guiné-Bissau foi imprescindível, trazendo "benefícios à economia em geral".
Segundo referiu e de acordo com os próprios bancos, o crédito malparado foi causado sobretudo pela fuga de investidores após o golpe de Estado de 2012.
No entanto, por quebrar indicadores económicos vigiados pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), a compra de dívida aos bancos teve ser anulada e fez com que a transferência de apoios da instituição para o país esteja ainda pendente.
O atual executivo da Guiné-Bissau liderado por Baciro Djá, contestatário da direção do PAIGC e apoiado por José Mário Vaz, tem classificado o resgate aos bancos como um erro dos ex-governantes que trouxe riscos acrescidos para as contas públicas.