"Guerra contra terrorismo vai provocar mais vítimas inocentes"
O primeiro-ministro francês, Manuel Valls, avisou hoje que na "guerra" contra o terrorismo travada pela França "haverá sem dúvida mais vítimas inocentes", mas disse estar convencido que os radicais vão ser derrotados.
© Lusa
Mundo Manuel Valls
Em entrevista à televisão pública francesa, Manuel Valls assegurou que o autor do ataque de quinta-feira à noite em Nice é um "terrorista sem dúvida, vinculado com o islamismo radical de uma forma ou outra" e agora é preciso determinar "quais foram os seus cúmplices ou vínculos com o terrorismo".
O primeiro-ministro quis daquela maneira acabar com as dúvidas que começaram a surgir em França por não se descobrir nenhum indício ou prova de que o autor do ataque, Mohamed Boulhel, obedeceu a ordens do grupo extremista Estado Islâmico.
"O Daesh (acrónimo árabe para Estado Islâmico) está a recuar na Síria e no Iraque. Fazemos de tudo para lutar contra o terrorismo, é uma guerra dentro e fora do país", afirmou Manuel Valls, recordando que a França vai reforçar os meios da coligação internacional.
Na entrevista, Manuel Valls recordou que durante a próxima semana realiza-se em Washington um "importante reunião" em que vai participar o ministro da Defesa, Jean-Yves Le Drian.
Sobre as críticas feitas ao Governo por não ter garantido a segurança dos espetadores que assistiam ao fogo-de-artifício, na cidade do sul de França, o primeiro-ministro francês negou que o dispositivo fosse insuficiente e sublinhou que foi o mesmo que esteve em vigor durante o campeonato europeu de futebol e os festejos de Carnaval.
"Quem não está à altura da dor de França e do seu povo, não está à altura deste grande país", disse, antes de apelar para a unidade nacional, que se "impõe mais do que nunca".
Manuel Valls recordou que nos últimos três anos foram frustrados 15 tentativas de atentados terroristas.
O primeiro-ministro justificou também o prolongamento por mais três meses do estado de emergência com a "necessidade de continuar a mobilizar as forças de segurança" perante a ameaça do terrorismo.
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