EUA dizem não querer provocar um confronto no Mar do Sul da China
O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, disse hoje que os EUA não querem criar um "confronto" no Mar do Sul da China e pediu moderação a Pequim e a Manila nas disputas territoriais na região.
© Reuters
Mundo John Kerry
"Instamos as partes a atuarem com moderação e a trabalharem para reduzir tensões", disse Kerry em Manila, num conferência de imprensa com o seu homólogo filipino, o ministro dos Negócios Estrangeiros Perfecto Yasay.
Kerry elogiou a atuação do Governo das Filipinas após a divulgação, a 12 de julho, da sentença do Tribunal Permanente de Arbitragem (TPA), com sede em Haia, que deu razão a Manila numa disputa territorial no Mar do Sul da China com Pequim.
"A forma responsável e ponderada como as Filipinas responderam (...) foi muito importante", disse o chefe da diplomacia dos EUA, que visita hoje o país asiático e se vai encontrar com o novo Presidente filipino, Rodrigo Duterte.
A China disse não aceitar a sentença do tribunal internacional, que considerou "ilegal". Foram as Filipinas que recorreram àquela instância, tendo aplaudido a sentença.
"A decisão em si é vincluativa, mas nós não estamos a tentar criar um confronto. Estamos a tentar criar uma solução que tenha em conta os direitos estabelecidos na lei", disse Kerry.
Washington "mantém uma postura firme em relação à proteção de direitos, liberdades e uso ilegal de espaços aéreos e marítimos definidos pela lei internacional", acrescentou.
Na terça-feira, Estados Unidos da América, Japão e Austrália instaram a China a aceitar a sentença do TPA.
Os chefes da diplomacia dos três países (John Kerry, Fumio Kishida e Julie Bishop) divulgaram um comunicado conjunto em que expressam "forte apoio ao estado de Direito" e instam a China e as Filipinas "a respeitar" a sentença daquele tribunal, "que é final e vincula legalmente" os dois países.
Os três defenderam a liberdade de trânsito aéreo e marítimo no Mar do Sul da China e criticaram a construção de "postos fronteiriços" e de uso militar na região.
O ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, e os seus homólogos da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) acordaram um comunicado conjunto na segunda-feira em que se comprometem a resolver as disputadas no Mar do Sul da China de forma pacífica e "amistosa" e a assinar o mais depressa possível um "código de conduta" para evitar conflitos.
Numa conferência de imprensa, Wang Yi reiterou a recusa da China em aceitar a sentença do tribunal internacional e assegurou que os ministros da ASEAN lhe disseram que a organização não tomará partido nesta disputa entre Pequim e Manila, apesar de as Filipins serem um dos membros fundadores da organização.
A ASEAN foi fundada em 1967 e integra a Birmânia, Brunei, Camboja, Filipinas, Indonésia, Laos, Malásia, Singapura, Tailândia e Vietname.
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