Representante secretário-geral da ONU apreensivo com clima político
O representante especial do secretário-geral das Nações Unidas para a África Central, Abdoulaye Bathili, manifestou-se hoje apreensivo com o evoluir da situação politica no arquipélago, depois da primeira volta das eleições presidenciais de 17 de julho.
© Lusa
Mundo São Tomé/Eleições
"Não desejamos que a situação em São Tomé e Príncipe possa atingir o nível de países como a República Centro Africana, o Burundi. Ninguém o pode desejar", disse Abdoulaye Bathili no final de um encontro com o Presidente são-tomense, Manuel Pinto da Costa.
O chefe de Estado, que foi o segundo mais votado na primeira volta, renunciou a disputar a segunda volta por, alegou, não aceitar a forma como o processo eleitoral foi conduzido nem reconhecer idoneidade à Comissão Eleitoral Nacional (CEN), cuja demissão exigiu para aceitar disputar a eleição com Evaristo de carvalho, o candidato mais votado a 17 de julho.
"O que posso garantir-vos é que há essa diferença de opinião, de apreciação sobre o que se passou no dia 17 de julho e por conseguinte, nos desejamos que esse problema seja resolvido num quadro pacífico", acrescentou.
O representante especial de Ban Ki-moon encontra-se em São Tomé para uma visita de três dias.
Abdoulaye Bathili encontrou-se também com o primeiro-ministro Patrice Trovoada, com o presidente da CEN, Alberto Pereira, com o terceiro candidato mais votado na primeira volta, Maria das Neves, com o presidente Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe - Partido Social Democrata (MLSTP-PSD, da oposição) e com o ex-presidente, Miguel Trovoada.
"Em São Tomé e Príncipe vive-se um período entre duas eleições. Houve a primeira volta e agora há uma segunda, tenho ouvido umas e outras pessoas, há diferença de apreciação sobre o desenvolvimento da primeira volta", disse o representante de Ban Ki-moon.
"Eu penso que independentemente dessa diferença de apreciação, o mais importante é que os autores aceitem que essa diferença se resolva num clima pacífico que não possa hoje afetar a exemplaridade da democracia de São Tomé e Príncipe, conhecida atualmente no continente", explicou.
"Qualquer que seja a natureza dessa diferença, pensamos que é realmente possível hoje resolver isso a contento das partes. Com vontade politica, uns e outros podem ultrapassar esse problema", disse.
O representante da ONU tem encontro marcado ainda hoje com o partido do governo, a Ação Democrática Independente (ADI).
Hoje à tarde está prevista uma manifestação convocada através das redes sociais e por mensagens de telemóvel com o objetivo de pedir a anulação da primeira volta das presidenciais.
Os manifestantes pretendem partir do campo de jogos do Vitória de Riboque, na capital, com destino ao palácio do governo e à Presidência da República.
São Tomé e Príncipe está em plena campanha eleitoral para a segunda volta das presidenciais, em que apenas o candidato Evaristo de Carvalho está a contactar o eleitorado.
A segunda volta das presidenciais está marcada para o próximo dia 7, domingo.
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