São Tomé e Príncipe quer corrigir carências para investir no turismo
O primeiro-ministro são-tomense, Patrice Trovoada, afirmou à Lusa que o Executivo pretende resolver, no prazo de dois anos, alguns constrangimentos estruturais que prejudicam a entrada de turistas no país, apesar da crescente procura dos mercados internacionais.
© Lusa
Mundo Patrice Trovoada
"Um eixo fundamental de desenvolvimento do país será o turismo" mas existem decisões que "se não forem acompanhadas de determinadas reformas serão um fiasco", explicou o governante em entrevista à Lusa, admitindo que não basta eliminar os vistos para os europeus ou norte-americanos, uma medida tomada há alguns meses.
O primeiro-ministro destacou a necessidade de reduzir o custo do transporte aéreo, melhorar os equipamentos de saúde e dos sistemas de pagamento bancário.
"Os meios de pagamento e o sistema de pagamento são-tomense precisam de uma reforma que está em curso", pelo que está em curso uma "reforma ampla" dos processos, que permitirá aos "turistas pagar com cartão de crédito quando visitam São Tomé e Príncipe".
No caso das ligações aéreas, o governo quer aumentar a frequência das conexões à Europa, utilizando a sub-região da África Central.
"Se resolvermos o problema das ligações com a sub-região, sabemos que o turismo vai ter um crescimento exponencial", permitindo ligações regulares à Europa, utilizando cidades como Acra (Gana), Lagos (Nigéria) ou Libreville (Gabão) como eixos de ligação.
A falta de infraestruturas hoteleiras é outra das questões que Patrice Trovoada quer combater com a utilização de habitações já existentes, até porque se coaduna com o perfil de turistas que o país quer atrair.
O "ecoturismo ou o turismo em casa de particulares são opções que pretendemos desenvolver", assegurando assim que o país consegue "reagir rapidamente a uma procura crescente", salientou o primeiro-ministro são-tomense.
No que respeita ao principal hospital do país, Aires de Menezes, Patrice Trovoada admite que as condições são insuficientes para descansar os turistas.
No entanto, no que respeita à medicina de urgência, "assinamos ainda há dois meses um financiamento importante para investirmos na requalificação e modernização de todo o hospital", com o apoio do Hospital da Cruz Vermelha, em lisboa.
"Nos próximos dois anos, no que diz respeito à traumatologia e medicina de urgência, estaremos perfeitamente equipados e ao nível de corresponder aos requisitos não só aos turistas como das companhias de seguros que cobrem os riscos de quem vem a São Tomé e Príncipe", explicou o primeiro-ministro.
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