"Hoje, após dois dias de audiência e praticamente no fim deste julgamento, a acusação pede que o tribunal determine uma pena que fique entre os nove e os 11 anos de prisão", declarou Gilles Dutertre, representante da procuradora.
Acusação e defesa tinham anunciado na abertura do julgamento na segunda-feira que Ahmad al-Faqi al-Mahdi se comprometia a não recorrer se a condenação fosse equivalente à pena pedida. Este acordo não é vinculativo para os juízes, que podem decidir-se por uma pena de até 30 anos de prisão.
O acusado declarou-se na segunda-feira culpado pela destruição em junho e julho de 2012 de nove mausoléus e da porta da mesquita de Sidi Yahia, monumentos classificados com património mundial da humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).
Esta pena reflete um "equilíbrio justo e considerável entre o efeito dissuasor que deve ter e a atitude" do acusado, segundo Dutertre.
Al-Mahdi, na altura dos acontecimentos chefe da brigada islâmica dos costumes, "teve um comportamento sem precedentes perante o tribunal: reconheceu os factos, expressou remorsos e colaborou com a acusação", adiantou.
Mas foi também o líder dos ataques visando acabar com as orações e rituais realizados naqueles locais, contrários à lei islâmica, disse ainda o representante da procuradora.
As personagens veneradas a que dizem respeito os mausoléus valem a Timbuktu a designação de "cidade dos 333 santos", reconhecidos como protetores da cidade e a quem se apela para proteger casamentos ou para pedir chuva.
Professor e depois diretor de escola, Al-Mahdi era um especialista de religião do Ansar Dine, um dos grupos jihadistas que controlaram o norte do Mali durante cerca de 10 meses em 2012, até ser desencadeada uma intervenção militar internacional por iniciativa da França.