Governo iemenita exilado aceita iniciativa de paz proposta pelos EUA
O governo iemenita exilado na Arábia Saudita aceitou a iniciativa de paz proposta pela diplomacia norte-americana que visa o reinício das negociações com os rebeldes 'huthis' e a rápida formação de um governo de união nacional.
© Reuters
Mundo John Kerry
O Conselho de ministros iemenitas, reunido em Riade, deu o seu "acordo de princípio às ideias da reunião em Jeddah [Arábia Saudita]" na qual participou o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, relatou no sábado a agência governamental Saba, citada hoje pelas agências internacionais.
Na capital do Iémen, Sanaa, os rebeldes afirmaram ter discutido a formação de um governo de união nacional, garantindo que vão responder "positivamente" a qualquer tentativa para acabar com o conflito e alcançar "a paz desejada".
Na quinta-feira, John Kerry anunciou em Jeddah uma nova iniciativa de paz para o Iémen, precisando que ela foi aprovada pelos países da coligação árabe, pelos Estados Unidos e pelo Reino Unido.
"Chegámos a acordo sobre uma nova abordagem às negociações para chegar a uma solução global" para o conflito iniciado há ano e meio, disse então Kerry à imprensa, referindo-se às conversações entre o governo do Iémen, apoiado pela Arábia Saudita, e os rebeldes xiitas 'huthis', apoiados pelo Irão.
A nova abordagem, precisou na mesma altura, tem "tanto uma vertente de segurança como política", articuladas para permitirem "um acordo abrangente".
John Kerry sublinhou ainda que os pormenores da iniciativa serão finalizados "pelas próprias partes", mas precisou que o resultado tem de incluir "a rápida formação de um governo de união nacional com o poder partilhado entre partes".
A solução terá ainda de passar pela "retirada de forças de Sanaa [a capital] e de outras zonas decisivas e a "transferência de todo o armamento pesado, incluindo mísseis balísticos e lançadores, dos 'huthis' e das forças suas aliadas para uma terceira parte".
Uma coligação árabe apoiada pelos Estados Unidos lançou em março de 2015 uma campanha militar contra os rebeldes 'huthis', depois de estes terem tomado a capital e vastas zonas do país, obrigando o Presidente Abdrabuh Mansur Hadi a instalar a sede provisória do governo, apoiado pela ONU, em Áden (sul), e a exilar-se posteriormente na Arábia Saudita.
A intervenção permitiu às forças leais a Mansur Hadi expulsar os rebeldes de cinco províncias do sul, incluindo Áden, mas os rebeldes controlam ainda vastas regiões e a capital.
Mais de 6.600 pessoas, na maioria civis, foram mortas desde o princípio do conflito e mais de 80% da população precisa de ajuda alimentar básica, segundo a ONU.
Negociações mediadas pela ONU foram lançadas a 21 de abril, mas sem avanços substanciais, a organização acabou por anunciar a sua suspensão no princípio de agosto.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com