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Explosões em várias cidades sírias fazem pelo menos 43 mortos

Uma série de ataques à bomba em localidades sírias maioritariamente controladas pelo Governo fizeram hoje pelo menos 43 mortos, incluindo três dezenas no bastião costeiro do Presidente Bashar al-Assad, Tartus, informaram os media estatais.

Explosões em várias cidades sírias fazem pelo menos 43 mortos
Notícias ao Minuto

11:58 - 05/09/16 por Lusa

Mundo Ataque

Só na dupla explosão perto da cidade de Tartus, onde existe uma base naval russa, morreram pelo menos 30 pessoas e 45 ficaram feridas.

Os ataques de hoje ainda não foram reivindicados, mas o grupo Estado Islâmico (EI) tem alvejado regularmente muitos dos locais hoje atingidos.

Outras explosões atingiram a cidade de Homs, controlada pelo Governo, um posto de controlo do exército nos arredores de Damasco e um posto de controlo curdo em Hasakeh.

Em Tartus, duas explosões atingiram a ponte de Arzuna: "A primeira foi provocada por um carro armadilhado e a segunda por um bombista suicida que detonou os seus explosivos quando as pessoas se aproximaram para ajudar os feridos", informou a televisão estatal.

A cidade de Tartus tem sido poupada à pior violência do conflito que começou na Síria em março de 2011.

Tornou-se um refúgio para muitos sírios que fogem do conflito que já levou mais de metade da população do país a sair das suas casas.

No nordeste do país, pelo menos oito pessoas morreram quando um bombista numa bicicleta se fez explodir na cidade de Hasakeh, maioritariamente controlada pelas forças curdas, embora o regime também tenha presença.

Os media oficiais sírios dizem que os mortos são seis membros das forças de segurança Asayesh e dois civis.

A cidade de Hasakeh tem sido regularmente alvejada pelo grupo EI, incluindo em julho, quando um bombista numa moto matou pelo menos 16 pessoas no exterior de uma padaria na cidade.

A agência Amaq, ligada ao EI, noticiou a explosão em Hasakeh, mas não atribuiu responsabilidades sobre o atentado.

Os ataques de hoje surgem depois de avanços das forças turcas e dos rebeldes sírios seus aliados, que expulsaram o EI da última faixa da fronteira sírio-turca sob o seu controlo.

O grupo islamita tem vindo a perder terreno, tanto para a aliança de combatentes curdos e árabes conhecida como Forças Democratas Sírias, como para a ofensiva turca que envolve rebeldes leais a Ancara.

Na cidade de Homs, os media estatais dizem que pelo menos quatro pessoas morreram num ataque com um carro armadilhado junto à entrada para o bairro de Al-Zahraa, cujos residentes pertencem maioritariamente à mesma seita alauita de Assad.

Al-Zahraa também tem sido alvo de atentados à bomba, incluindo uma dupla explosão em fevereiro que fez 57 mortos e foi reivindicada pelo EI.

Outro atentado foi registado na estrada de Al-Sabura, a ocidente da capital, Damasco, tendo feito um morto e três feridos, segundo os media estatais.

O Observatório Sírio dos Direitos Humanos diz que esse ataque foi contra um posto de controlo e fala em três mortos.

Segundo aquela organização não-governamental, tanto os mortos de Homs como os de Al-Sabura eram membros das forças de segurança governamentais a trabalhar nos postos de controlo.

"Claramente, estes ataques foram simultâneos e todos alvejaram postos de segurança", disse à AFP o diretor do observatório, Rami Abderrahman.

Mais de 290 mil pessoas morreram na Síria desde março de 2011 e milhões estão deslocadas devido ao conflito.

Rondas sucessivas de negociações internacionais para encontrar uma solução política para o conflito têm sido infrutíferas.

O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, e o seu homólogo russo, Sergei Lavrov, deverão voltar a reunir-se hoje para procurar estancar a violência.

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