Washington adverte para suspensão iminente das negociações com Moscovo
O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, afirmou hoje que Washington está na iminência de suspender as negociações com a Rússia sobre o conflito na Síria, na sequência do reinício das hostilidades na cidade de Alepo.
© Reuters
Mundo John Kerry
"Acho que estamos na iminência de suspender a discussão porque é irracional quando existem bombardeamentos deste género a acontecerem", disse hoje o chefe da diplomacia dos Estados Unidos, quando questionado sobre esta matéria.
Na quarta-feira, e durante uma conversa telefónica com o seu homólogo russo Serguei Lavrov, o secretário de Estado norte-americano já tinha avançado com o cenário da suspensão da cooperação bilateral caso Moscovo não colocasse um termo imediato à ofensiva contra Alepo, no norte da Síria.
"Ele informou o ministro dos Negócios Estrangeiros [russo] de que os Estados Unidos se preparam para suspender o compromisso bilateral na Síria, a menos que a Rússia dê passos imediatos para acabar com o assalto a Alepo e restaurar a cessação de hostilidades", disse na quarta-feira o porta-voz do Departamento de Estado, John Kirby.
Na mesma ocasião, e de acordo com o porta-voz, Kerry disse a Lavrov que, se os ataques contra a segunda cidade síria não cessassem, os Estados Unidos iriam igualmente suspender o plano para criar uma célula militar conjunta para os ataques contra os 'jihadistas' na Síria.
A Rússia anunciou hoje que vai continuar com os bombardeamentos na Síria, apesar dos apelos dos Estados Unidos.
"Moscovo prossegue a sua operação aérea de apoio à luta antiterrorista das Forças Armadas sírias", disse aos jornalistas o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.
"Tomámos infelizmente nota do caráter não construtivo da retórica de Washington nos últimos dias", acrescentou o mesmo representante.
Kerry e Lavrov lideram os esforços internacionais para pôr termo à guerra iniciada na Síria há cinco anos e a 9 de setembro chegaram a acordo para um cessar-fogo, ao abrigo do qual Moscovo devia obter do Presidente sírio, Bashar al-Assad, o fim dos bombardeamentos contra civis e Washington pressionar os rebeldes a distanciarem-se dos 'jihadistas'.
O cessar-fogo não perdurou, com acusações mútuas de responsabilidade.
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