Aumento da criminalidade no Senegal reabre debate sobre pena de morte

O recente aumento da criminalidade no Senegal, com uma dezena de assassínios desde setembro, reabriu o debate político e social sobre a pena de morte, abolida em 2004.

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Lusa
24/11/2016 08:20 ‧ 24/11/2016 por Lusa

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Uma das mais recentes vítimas foi a vice-presidente do Conselho Económico Social e do Ambiente, (CESE), Fatouma Matar Ndiaye, encontrada morta em casa, no fim de semana, depois de ter sido alegadamente degolada pelo motorista.

"Os homicídios tornaram-se num fenómeno quase quotidiano, estamos todos no corredor da morte", disse à agência de notícias Efe um amigo de um taxista que foi recentemente morto a tiro após uma rixa numa gasolineira com outro condutor, considerando a pena de morte a "única maneira de travar" a onda de violência.

Entre os defensores da medida figura o presidente da organização não-governamental islâmica Jamra, Massamba Diop, para quem a pena de morte garante uma "vida pacífica".

"A única forma de acabar com a insegurança é restaurar a pena capital abolida por mimetismo relativamente aos países ocidentais", afirmou, defendendo que "a maioria dos senegaleses que professam o Islão" deseja recuperar a medida.

O deputado Seydina Fall, membro da coligação governamental Aliança para a República (APR), também é conhecido como um dos proeminentes defensores da pena de morte.

Em 2013 apresentou uma proposta de lei na Assembleia Nacional para a restabelecer, mas a iniciativa não granjeou o apoio necessário nem no seu grupo parlamentar, o Benno Bokk Yakaar.

Na segunda-feira, numa cerimónia de homenagem à vice-presidente do CESE, o Presidente do Senegal, Macky Sall, anunciou uma nova lei que prevê o endurecimento das penas para o crime de homicídio.

"Qualquer um que mate passará o resto da vida na prisão. Nunca recuperará a liberdade, pois não poderá beneficiar de uma redução da pena", disse o chefe de Estado.

 

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