ONU preocupada com violência contra líderes sociais colombianos
O escritório na Colômbia do Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (OHCHR) reiterou hoje a sua preocupação pelo aumento da violência contra os líderes sociais e defensores dos direitos humanos em zonas rurais do país.
© Lusa
Mundo Bogotá
Na Colômbia foram assassinados 52 líderes sociais e defensores dos direitos humanos, e foram efetuados 35 atentados contra estas pessoas este ano, explicou em comunicado.
Além disso, aquele organismo disse que está a analisar outros cinco casos de homicídios através de um mecanismo estabelecido com a Procuradoria-Geral.
Segundo dados compilados pelo escritório na Colômbia do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, 75% das vítimas "desenvolvem atividades em contextos rurais", os métodos utilizados "demonstram maior grau de sofisticação para encobrir os autores intelectuais" e os departamentos mais afetados foram Cauca e Valle de Cauca, no sudoeste; Antioquia (noroeste) e Norte de Santander, na fronteira com a Venezuela.
Também indicou que desde que foi assinado o primeiro acordo de paz entre o Governo Colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), a 26 de setembro, ocorreram 13 dos 57 homicídios, dos quais sete em zonas rurais de Meta (centro), Caquetá (sul) e Nariño (sudoeste), onde "as FARC tinham presença histórica e estão a retirar-se".
Neste sentido, assinalou que o vazio deixado pela guerrilha nessas zonas aprofundou-se "face à ausência integral do Estado", assim como pelas "poucas alternativas económicas para a sobrevivência das pessoas", o que provocou desde "cultivos ilícitos" a "mineração ilegal".
Assim, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos na Colômbia afirmou que "certos atores" veem os defensores dos direitos humanos como obstáculos para alcançarem "os seus interesses económicos e políticos".
O organismo pediu ao Estado para que "tenha presença integral nas áreas rurais" e instou as entidades governamentais a implementar políticas que garantam a vida dos defensores de direitos humanos".
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