Referendo em Itália "não era sobre Europa", diz Comissão Europeia
A Comissão Europeia desvalorizou hoje o desfecho do referendo de domingo em Itália, que precipitou a demissão do primeiro-ministro Matteo Renzi, sublinhando que a consulta era sobre uma questão interna e "não sobre a Europa".
© Reuters
Mundo Margaritis Schinas
Na conferência de imprensa diária do executivo comunitário, o porta-voz da Comissão, Margaritis Schinas, questionado sobre se a derrota da extrema-direita nas eleições presidenciais austríacas poderia ser entendido como um voto "pró-UE" e a vitória do "não" no referendo italiano poderia ser entendido como um voto "anti-UE", sustentou que só no caso da Áustria estava de certa forma em jogo a relação com a Europa.
"Achamos que o referendo (em Itália) era sobre uma mudança na Constituição italiana, não sobre a Europa. A eleição presidencial na Áustria era sobre eleger um novo Presidente da República na Áustria, mas devo também dizer que a Europa esteve no centro de muitos dos debates durante a campanha eleitoral, designadamente os laços do país com a Europa, e acho que o resultado responde claramente à forma como os austríacos querem ver o país relacionado com a Europa", declarou.
Já quanto a Itália, disse que a Comissão acredita "que as forças políticas italianas e instituições darão respostas políticas convincentes" à atual situação, e defendeu que "a busca de reformas deve prosseguir".
Os italianos votaram em referendo no domingo uma reforma constitucional que visava reduzir o poder do Senado, mas que se transformou num plebiscito ao primeiro-ministro, Matteo Renzi, que já anunciou a demissão após conhecida a vitória do "não".
A derrota de Renzi pode reforçar a posição de partidos populistas como a Liga do Norte e o M5E, que defendem a realização de um referendo sobre a permanência de Itália na Zona Euro.
Na Áustria, o candidato independente apoiado pelos Verdes, Van der Bellen, de 72 anos, deverá obter 53,3% dos votos, de acordo com projeções da televisão pública austríaca, contra 46,7% para Norbert Hofer, de 45 anos, vice-presidente do parlamento e quadro do Partido da Liberdade (FPO, extrema-direita) desde os 25 anos.
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