Erdogan vai falar com Putin para tentar salvar trégua em Alepo
O Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, anunciou hoje que irá falar com o seu homólogo russo, Vladimir Putin, para tentar salvar a trégua que permitiria retirar civis e rebeldes da cidade síria de Alepo.
© Reuters
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"Voltarei a falar com Putin esta noite", disse Erdogan num discurso na televisão.
"A situação no terreno é muito frágil e complicada", acrescentou.
O chefe de Estado francês, François Hollande, também se pronunciou hoje sobre a situação em Alepo, defendendo uma evacuação das populações da segunda cidade síria "sob o controlo de observadores internacionais e com a presença das organizações humanitárias".
"O presidente da República sublinhou a urgência humanitária em que se encontram as populações sediadas em Alepo", pode ler-se num comunicado da presidência francesa após uma reunião do conselho de defesa e segurança nacional com Hollande.
O embaixador russo na ONU, Vitaly Churkin, anunciou na terça-feira que o Exército sírio tinha detido as suas operações em Alepo e que tinha sido alcançado um acordo para a saída dos combatentes opositores de Alepo.
O acordo de evacuação permitiria retirar milhares de civis e rebeldes dos últimos redutos controlados pela oposição, bairros que estiveram cercados pelo exército durante mais de quatro meses e onde faltava de tudo.
No entanto, após uma pausa de várias horas, recomeçaram os bombardeamentos contra esses quarteirões.
A Rússia, aliado do presidente sírio, Bachar al-Assad, acusou os rebeldes de terem retomado as hostilidades, enquanto o Estado aliado da oposição, a Turquia, culpou as tropas do regime e os seus aliados.
As operações de retirada, que deveriam ter começado às 05:00 locais (03:00 em Lisboa) não se concretizaram e os autocarros que deveriam transportar os rebeldes e civis retirados do leste da cidade já regressaram entretanto às suas bases.
A perda de Alepo, principal bastião e símbolo da revolta na Síria, marcará o fim da rebelião nesta cidade, cuja zona oriental conquistara em 2012.
Representará também a mais importante vitória do governo desde o início da guerra civil, em 2011.
Mas são sobretudo os civis as vítimas: centenas já morreram e quase 130.000 fugiram da cidade desde o início da ofensiva pró-regime, lançada a 15 de novembro para retomar a totalidade da cidade.
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