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EUA afirmam que acordo de paz no Iémen tem de proteger a Arábia Saudita

O ainda chefe da diplomacia norte-americana, John Kerry, afirmou hoje que qualquer iniciativa para promover a paz no Iémen terá também de ter em conta a proteção da segurança da Arábia Saudita.

EUA afirmam que acordo de paz no Iémen tem de proteger a Arábia Saudita
Notícias ao Minuto

18:53 - 18/12/16 por Lusa

Mundo John Kerry

Numa conferência de imprensa conjunta com o seu homólogo saudita em Riade, o secretário de Estado norte-americano disse que o plano proposto pela ONU poderá acabar com o conflito iemenita "se for aplicado de forma correta", mas acrescentou, no entanto, que "não é definitivo e pode ser questionado".

Na mesma ocasião, Kerry referiu que os Estados Unidos tinham intercetado um navio iraniano que transportava armas para o Iémen.

Quanto à venda de armas ao reino saudita, o chefe da diplomacia norte-americana explicou que foram feitos esforços para que existisse um aceleramento da situação "mas o processo é longo".

Por seu lado, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Arábia Saudita (país islâmico de maioria sunita), Adel al Yuber, afirmou que o Irão (país de maioria xiita) "incendeia conflitos sectários no Médio Oriente" e acrescentou que o mundo tem de impedir que os iranianos desestabilizem aquela região.

A conferência de imprensa conjunta de John Kerry e Adel al Yuber aconteceu depois de uma reunião para analisar o plano de paz para o Iémen.

A par dos chefes da diplomacia americana e saudita, o encontro em Riade contou com a presença do ministro dos Negócios Estrangeiros de Omã, Yusuf Bin Elwi, do enviado especial da ONU para o Iémen, Ismail Uld al Sheij Ahmed, e representantes do Reino Unido e dos Emirados Árabes Unidos.

No Iémen, uma coligação árabe apoiada pelos Estados Unidos e liderada pela Arábia Saudita lançou em março de 2015 uma campanha militar contra os rebeldes xiitas 'huthis', depois de estes terem tomado a capital e vastas zonas do país, obrigando o Presidente Abdrabuh Mansur Hadi a instalar a sede provisória do Governo, apoiado pela ONU, em Aden (sul), e a exilar-se posteriormente na Arábia Saudita.

Os 'jihadistas' da Al-Qaida e os seus rivais do Estado Islâmico têm-se aproveitado do conflito entre o Governo e os 'huthis' para reforçarem a sua presença em grande parte do sul do país, tendo multiplicado nos últimos meses os atentados em Aden, onde está instalado o Governo reconhecido internacionalmente.

A guerra no Iémen já fez mais de 7.000 mortos, cerca de metade civis, e quase 37.000 feridos em cerca de 21 meses, segundo a ONU.

Hoje, um atentado bombista contra recrutas em Aden fez pelo menos 52 mortos.

Kerry reuniu-se hoje também com o rei saudita, Salman Ibn Abdulaziz al Saud, para debater a situação na região, segundo a agência noticiosa oficial saudita SPA.

Também abordaram as relações entre os Estados Unidos e a Arábia Saudita, um dos principais parceiros de Washington naquela zona.

Nesta ronda pelo Médio Oriente, que deverá ser a última, visto que a nova administração americana assume funções a 20 de janeiro, John Kerry anunciou nos Emirados Árabes Unidos uma nova iniciativa para acabar com a guerra civil iemenita.

Os seus contactos facilitaram um cessar-fogo de dois dias que acabaria por não ser respeitado pelas fações envolvidos no conflito.

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