Condenada italiana e família que pretendiam juntar-se ao Estado Islâmico
Um tribunal de Milão condenou hoje à revelia a nove anos de prisão Maria Giulia Sergio, uma italiana de 29 anos que se casou com um albanês e viajou para a Síria para se juntar ao grupo extremista Estado Islâmico (EI).
© Getty Images
Mundo Milão
Este é o primeiro julgamento em Itália contra os chamados combatentes estrangeiros, cidadãos italianos que decidiram lutar entre as fileiras do EI na Síria ou no Iraque.
O pai da jovem também foi condenado a quatro anos de prisão, pelas mesmas acusações feitas contra a filha: terrorismo internacional e organização de viagens com fins terroristas, de acordo com o tribunal.
O caso de Maria Giulia surpreendeu a Itália. Uma estudante de biotecnologia da universidade estatal de Milão (norte) que se converte ao Islão, tapa-se com uma 'burqa' e viaja para a Síria para combater ao lado de extremistas islâmicos.
Nascida em 1987 em Torre del Greco, na província de Nápoles (sul), Maria Giulia mudou-se com a família para Inzago, na cintura industrial de Milão.
Depois de um segundo casamento com um albanês Aldo Kobuzi, converteu-se ao islamismo, escolheu o nome de Fátima e, em 2015, desapareceu sem deixar rasto ao viajar com o marido para a Síria. A mulher foi detida pelas autoridades italianas a 02 de julho do ano passado, na Toscânia.
O pai de Maria Giulia foi condenado a quatro anos de prisão, depois de ser detido antes de viajar para a Síria, com a mulher, que morreu durante o processo, e outra filha.
A irmã de Fátima, Marianna, já tinha sido condenada num processo paralelo a cinco anos de prisão pelas mesmas acusações. O pai das jovens foi o único que esteve presente durante o julgamento, já que as autoridades não conseguiram localizar os restantes acusados, que se encontram presumivelmente na Síria.
O marido de Fátima, Aldo Kobuzi, foi condenado a dez anos de prisão. Bushra Haik, a mulher que aproximou Fátima da 'jihad' [guerra santa] foi condenada a nove anos, e a mãe e irmã de Aldo a oito anos cada uma.
A família de Fátima foi convencida pela filha de que na Síria iam encontrar um futuro melhor, estando dispostos a viajar, de acordo com as investigações.
Os advogados do pai, que se encontra em prisão domiciliária, consideraram a sentença demasiado severa, já que ele garantiu sempre que não pretendia aderir ao extremismo islâmico, mas apenas manter a família unida.
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