Dois reclusos morrem em novo motim numa prisão no nordeste do Brasil
Pelo menos dois presos morreram hoje e outros dois ficaram feridos durante uma rebelião dentro de uma cadeia localizada na cidade de Patos, no Estado brasileiro da Paraíba, informaram as autoridades.
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Mundo Rebeldes
O incidente ocorreu na penitenciária Romero Nobrega Patos e, segundo as autoridades locais, foi "rapidamente controlado" pelos guardas da prisão.
O Departamento de Correções Paraíba classificou o incidente como um "simples tumulto".
A confusão começou quando algumas mulheres estavam a efetuar visitas conjugais aos maridos e os próprios presos recomendaram que elas deixassem o local rapidamente.
De acordo com o Governador de Paraíba, Ricardo Coutinho, o motim foi um incidente isolado, sem nenhuma ligação com a guerra entre grupos criminosos rivais do Brasil, o Primeiro Comando da Capital (PCC) e Família do Norte (FDN), que causaram um massacre em Manaus e outros incidentes violentos no norte e nordeste do país nos últimos meses.
A Secretaria de Segurança da Paraíba disse que abriu uma investigação administrativa para tentar estabelecer como um preso conseguiu usar uma arma dentro da cadeia, com a qual assassinou os dois presos, identificados como Darlan Alves dos Santos e Nunes dos Santos Maelson.
Esta rebelião na prisão de Paraíba ocorreu dois dias depois 56 presos morreram durante uma contenda entre dois gangues rivais no complexo penitenciário Anísio Jobim, em Manaus, a maior cidade da Amazónia brasileira. Destes 56 presos, 30 foram encontrados decapitados e outros atirados para a rua.
Esta semana registaram-se ainda motins em outras cadeias da região de Manaus.
Dezenas de presos fugiram no Instituto Penal Antonio Trindade (Ipat), no Centro de Detenção provisória Masculino (CDPM), a Secretaria de Segurança Pública do Amazonas confirmou que houve uma movimentação dos detidos, mas nenhum conseguiu escapar.
Nesta penitenciária não houve registo de feridos ou mortos.
Na Unidade Prisional do Puraquequara, quatro detidos foram encontrados mortos também na segunda-feira, embora não tenha havido registo de nenhum motim ou fuga.
Os conflitos nas prisões brasileiras têm chamado a atenção de órgãos internacionais ligados à defesa dos direitos humanos.
Hoje, o Alto Comissariado dos Direitos Humanos das Nações Unidas (OHCHR) considerou, em comunicado, que os eventos não são "incidentes isolados", mas refletem "uma situação crónica de centros de detenção no país".
Já a organização Human Rights Watch (HRW), pediu que o Governo do Brasil que recupere o controlo do seu sistema prisional, que, segundo a organização, está nas mãos de facções criminosas.
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