Croácia, a última a entrar numa UE que passou a ter também porta de saída
A Croácia tornou-se o 28.º Estado-membro da União Europeia após uma maioria clara dos croatas ter votado há cinco anos a favor da adesão, encontrando-se agora na "fila de espera" outros países dos Balcãs.
© Getty Images
Mundo Adesão
Na sequência do referendo de 22 de janeiro de 2012, que se saldou num triunfo do "sim" com mais de 66% dos votos, a Croácia aderiu à UE em julho do ano seguinte, e durante os próximos anos deverá permanecer como o mais jovem membro do bloco europeu, que se prepara de resto para voltar a 27, com a inédita saída de um membro, o Reino Unido, ditada pelo referendo do ano passado.
Cinco países têm atualmente o estatuto de candidatos à adesão à UE - Turquia, Antiga República Jugoslava da Macedónia, Montenegro, Albânia e Sérvia -, e outros dois de "potenciais candidatos" - Bósnia-Herzegovina e Kosovo.
No entanto, dado o estado dos respetivos processos negociais para a adesão e a atual conjuntura política, discute-se mais quem poderá ser o próximo a abandonar a União, seguindo o exemplo britânico, do que propriamente a juntar-se, até porque muitos dos atuais Estados-membros são contra novas adesões.
Quando assumiu funções, em 2014, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, anunciou desde logo que não haveria novas adesões durante o seu mandato (ou seja, pelo menos até 2019), mas a pausa em novos alargamentos da União ameaça ter um horizonte temporal bem mais longo, até porque nenhum país candidato se encontra numa fase adiantada do complexo processo de preenchimento de todos os requisitos, nas mais diversas áreas, para aderir à UE.
A candidatura mais antiga é também a mais polémica, a da Turquia, que apresentou o seu pedido de adesão há praticamente 30 anos (em abril de 1987), mas que parece cada vez mais afastada do bloco europeu.
As relações entre UE e Ancara estão tensas como há muito não se verificava, sobretudo desde a repressão levada a cabo pelas autoridades turcas, sob a liderança do presidente Recep Erdogan, na sequência da tentativa de golpe de Estado de 15 de julho passado.
Com as negociações a não registarem praticamente quaisquer avanços nos últimos anos - e subsistem problemas muito difíceis de ultrapassar, como por exemplo a recusa da Turquia em reconhecer um Estado-membro da UE, Chipre -, o Parlamento Europeu defendeu mesmo, em novembro passado, um "congelamento" do processo de adesão devido às violações do Estado de direito que se sucedem no país.
A posição não-vinculativa da assembleia foi rejeitada por vários Estados-membros, mas o próprio Conselho da UE admitiu, em dezembro, que a abertura de novos capítulos negociais, "nas atuais circunstâncias, não é oportuna".
Com a Turquia muito longe de uma possível adesão, seguem-se na "corrida" ao próximo eventual alargamento os países dos Balcãs ocidentais, entre os quais Macedónia, Montenegro e Sérvia, que pertenciam à antiga Jugoslávia, tal como Eslovénia (que já aderiu à UE em 2004) e Croácia, além da Albânia.
Em todos os casos, as negociações ou nem sequer ainda arrancaram oficialmente ou estão numa fase ainda muito preliminar, pelo que seguramente o 'Brexit' vai concretizar-se antes, voltando a UE a 27 - como antes da adesão da Croácia -, restando então saber se o número seguinte será para cima ou para baixo.
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