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Chumbada moção de censura contra o Governo da Roménia

Uma moção de censura contra o Governo social-democrata da Roménia foi hoje chumbada no parlamento, três dias depois da retirada do polémico decreto que despenalizava certos casos de corrupção e motivou os maiores protestos em décadas.

Chumbada moção de censura contra o Governo da Roménia
Notícias ao Minuto

16:03 - 08/02/17 por Lusa

Mundo Bucareste

A moção, apresentada pela oposição de centro-direita, foi chumbada devido à maioria absoluta dos partidos no Governo, o Partido Social-Democrata (PSD) e a Aliança dos Liberais e Democratas pela Europa (ALDE), cujos deputados abandonaram o plenário para não votarem.

Para ser aprovada, a moção precisava de 233 votos favoráveis, mas ficou-se pelos 161 votos a favor e oito contra.

"Temos o dever, em face da confiança popular, de continuar a assumir o Governo deste país", afirmou o primeiro-ministro, Sorin Grindeanu, antes da votação.

"Mais do que o programa do Governo, não podemos ignorar os acontecimentos", acrescentou, referindo-se aos protestos, os maiores desde o fim do regime comunista, em 1989.

O decreto revogado previa a despenalização dos casos de corrupção envolvendo valores abaixo dos 44.000 euros, o que permitia a vários políticos escapar à justiça, como o atual líder do PSD, Liviu Dragnea, que foi impedido de se candidatar por ter sido condenado por fraude e estar a ser julgado por abuso de poder.

Apesar de o decreto ter sido revogado no domingo, os protestos continuaram, com alguns dos manifestantes a exigir a demissão do Governo, no poder há pouco mais de um mês.

Os protestos criaram um conflito entre o Governo e o Presidente, Klaus Iohannis, que num discurso no parlamento na terça-feira sugeriu que o Governo devia demitir-se.

"A revogação do decreto e a possível demissão de um ministro não são suficientes. Convocar eleições antecipadas é demasiado", disse.

"Se o PSD, que criou esta crise, não conseguir resolvê-la imediatamente, chamarei todos os partidos para consultas. Ganharam. Venceram [as eleições], agora governem e legislem, mas não a qualquer preço", advertiu o Presidente.

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