François Fillon pede desculpa a apoiantes
O candidato da direita às presidenciais francesas, François Fillon, admitiu hoje a sua "parte de responsabilidade" na paralisia da sua campanha por suspeitas de empregos fictícios, mas sem ceder aos apelos para que abandone a corrida.
© Reuters
Mundo Candidatos
"Eles pensam que estou só, querem que esteja só, obrigado pela vossa presença", disse perante várias dezenas de milhares de partidários reunidos em Paris.
"Sei bem, creiam-me, qual é a minha parte de responsabilidade nesta provação. Além das traições, do calendário judicial, da campanha de difamação, é culpa minha que este projeto (...), em que vocês acreditam, se depare com tantas dificuldades", referiu Fillon.
A "grande concentração popular" organizada perto da Torre Eiffel é uma resposta aos que pedem a sua retirada devido ao escândalo causado pelos salários recebidos pela sua mulher Penelope e dois dos seus filhos por empregos presumivelmente fictícios de assistentes parlamentares.
Fillon, que fez 63 anos no sábado, reafirmou que é um homem "honesto" que "passou a vida ao serviço do interesse geral".
"Devo-vos desculpas, incluindo a de defender a minha honra e a da minha mulher quando o essencial é, para vocês como para mim, defender o nosso país", insistiu o candidato conservador, que desde quarta-feira vê sucederem-se os anúncios de demissão de responsáveis da sua campanha, a pouco mais de mês e meio da primeira volta das eleições.
Na quarta-feira, o candidato conservador anunciou ter sido convocado pela justiça para 15 de março para, segundo lhe disseram os advogados, ser formalmente acusado.
"Fillon, continua, a França precisa de ti", gritaram os seus apoiantes numa maré de bandeiras azuis, brancas e vermelhas.
Segundo uma sondagem do Ifop divulgada hoje, 71% dos franceses não deseja que François Fillon mantenha a sua candidatura às presidenciais.
O comité político do partido "Os republicanos" deve reunir-se na segunda-feira para avaliar a situação e discutir a eventual substituição de Fillon.
Uma sondagem divulgada na sexta-feira indica que Alain Juppé venceria a primeira volta das presidenciais francesas se substituísse François Fillon, e poderia afastar a candidata da extrema-direita Marine Le Pen da segunda volta.
O estudo de opinião, realizado pelo instituto Odoxa para a France 2 e com uma margem de erro de 3%, concluiu que o ex-primeiro-ministro e atual presidente da câmara de Bordéus reuniria 26,5% das intenções de voto, o centrista independente Emmanuel Macron 25% e Marine Le Pen 24%.
Segundo a sondagem, se Fillon mantiver a candidatura é eliminado na primeira volta, com 19% das intenções de voto, atrás de Macron (27%), que surge pela primeira vez no primeiro lugar, e de Le Pen (25,5%).
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