Parlamento do Kovovo aprova moção de censura ao Governo e dita eleições
O Governo do Kosovo foi hoje derrubado por uma moção de censura, e a antecipação de eleições foi confirmada, depois de meses de disputa sobre um acordo que os críticos dizem implicar a redução das fronteiras do país.
© Reuters
Mundo Balcãs
A coligação de governo do primeiro-ministro Isa Mustafa perdeu a moção de censura hoje votada no Parlamento kosovar (78--34 votos, três abstenções e cinco deputados ausentes da votação), o que levou à antecipação das eleições legislativas, a um ano do fim da legislatura.
O Presidente kosovar deverá agora indicar a realização do escrutínio, que deverá acontecer dentro de 30 a 45 dias.
Os partidos da oposição acusaram o Governo de Mustafa de ter fracassado na implementação do seu programa de governo para além de ter imposto a aprovação de leis importantes, fortemente contestadas.
No topo das críticas esteve o que a oposição considerou a inabilidade do Governo para defender os interesses do Kosovo num acordo de demarcação de fronteiras com a vizinha República do Montenegro, não obstante as pressões dos Estados Unidos.
O Governo nunca conseguiu o número de deputados suficiente para fazer aprovar no Parlamento o acordo assinado em 2015, e Isa Mustafa acabou por retirar a proposta de lei no final do ano passado. A oposição argumentou que o Kosovo perderia por especialistas locais e internacionais.
Não obstante o Governo ter retirado a proposta, o Kosovo tem-se mantido desde o desfecho da disputa quase ingovernável.
"O país é mal governado. O país precisa de um novo Governo", afirmou hoje Valdete Bajrami, líder do partido Iniciativa para o Kosovo que apresentou a moção de censura, de acordo com a agência Associated Press.
Mustafa considerou a moção como um "panfleto político sem base argumentativa", ainda segundo a AP, acrescentando que a consequência da votação é a "desestabilização do país através da criação de falta de confiança nas instituições e do vácuo institucional".
A coligação de Governo era constituída pela Liga Democrática do Kosovo, de Mustafa, o segundo maior partido no Parlamento, e pelo Partido Democrático do Kosovo, a maior formação política kosovar, liderada pelo presidente do Parlamento, Kadri Veseli.
O Kosovo declarou a independência da Sérvia em 2008 e é hoje reconhecido por 114 países, mas não por Belgrado.
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