Começa em dezembro julgamento dos responsáveis por ataque em Istambul
Um tribunal turco aceitou hoje as acusações contra 57 suspeitos alegadamente envolvidos no sangrento ataque a uma discoteca de Istambul na noite de fim de ano, com as primeiras audições agendas para dezembro, referiu a agência noticiosa oficial.
© Reuters
Mundo Discoteca
A agência Anadolu indicou que o principal suspeito, Abdulkadir Masharipov, um cidadão uzbeque detido duas semanas após o ataque, poderá ser condenado a 40 penas sucessivas de prisão perpétua caso seja considerado culpado da tentativa de derrube da ordem constitucional da Turquia e da morte de 39 pessoas.
Os media turcos revelaram que Masharipov confessou a autoria do ataque e disse nos interrogatórios ter recebido ordens de Raqa, a "capital" do grupo jihadista Estado Islâmico (EI).
Masharipov está ainda indiciado por integrar um grupo terrorista, tentativa de morte das 79 pessoas feridas no ataque e violação da lei turca sobre porte de armas. Estas acusações podem implicar um máximo total de 2.397 anos de prisão.
As 90 páginas do processo incluem quatro outros suspeitos alegadamente envolvidos na planificação do ataque, incluindo a mulher de Masharipov, abrangida pelos mesmos crimes à exceção da violação de lei sobre porte de armas.
Os restantes 52 suspeitos serão julgados por suspeita de tentativa de derrube da ordem constitucional, que pode implicar uma condenação a prisão perpétua, e envolvimento num grupo terrorista, com penas entre os sete anos e meio e os 15 anos.
A Anadolu precisou que a primeira audição vai decorrer em 11 de dezembro no tribunal da prisão de alta segurança de Silivri e prolongar-se durante cinco dias.
Dos 57 suspeitos, 51 encontram-se atualmente detidos.
O EI reivindicou o ataque com armas automáticas à luxuosa discoteca Reina, onde dezenas de pessoas estavam reunidas para celebrar a passagem de ano, em 31 de dezembro de 2016. Vinte e cinco das vítimas são estrangeiros, muitos provenientes de países árabes do Médio Oriente.
Diversos atentados na Turquia desde o verão de 2015, atribuídos ao EI ou a um grupo dissidente militante curdo, já provocaram mais de 550 mortos.
A acusação refere-se a 22 atentados do EI na Turquia, de acordo com a agência Anadolu. No entanto, o tiroteio na discoteca Reina foi o único ataque reivindicado pelo grupo jihadista.
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